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Meio Ambiente

MPRJ faz vistoria e coleta amostra de água na Estação Guandu da Cedae

Resultado sai em 15 dias
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/01/2020 - 10:30
Rio de Janeiro
água
© Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, fez ontem (13) vistoria nas instalações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em Nova Iguaçu, para verificar as condições dos equipamentos e a qualidade do tratamento da água da estação que funciona no Rio Guandu.

Segundo o MPRJ, a visita foi feita com órgãos competentes e instituições parceiras, e incluiu a coleta de água para análise em diferentes pontos e fases do processo, da captação ao pós-tratamento.

Desde o início do mês, moradores de vários bairros da capital e da Baixada Fluminense vêm reclamando da cor turva, do cheiro e do gosto diferenciados da água distribuída à população. A Cedae informou que se trata da presença maior de uma substância chamada geosmina produzida por algas. Segundo a companhia, o composto não oferece riscos à saúde.

Coleta

De acordo com a promotoria, foram feitas coletas por equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), das vigilâncias sanitárias municipal e estadual e da própria Cedae na barragem principal de captação do Rio Guandu e no Reservatório Marapicu, no ponto de coleta oficial e nos laboratórios da companhia.

“A expectativa é de que os resultados de todas as análises, sobre padrões diversos como cloro residual, presença de coliformes fecais e bactérias, entre outros, sejam conhecidos no prazo máximo de 15 dias, para a devida identificação de possíveis problemas ao longo do tratamento, indicação das medidas técnicas de correção a serem adotadas ou mesmo a notificação dos responsáveis legais pelas eventuais irregularidades detectadas pelas equipes técnicas”, disse, em nota, o MPRJ.

Também participaram da vistoria representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), do laboratório privado Cafiquímica, que prestou auxílio e consultoria, e representantes do Comitê do Guandu e do Comitê de Bacias Hidrográficas.

Recomendação

O Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente também expediu recomendação à Cedae, na noite de segunda-feira (13), direcionada à presidência da companhia, para que dê ampla transparência e publicidade dos laudos de potabilidade da água distribuída à população, em especial os produzidos desde o dia 1º de janeiro.

Os promotores recomendam que a Cedae publique em sua página na internet o resultado de todas as análises clínicas laboratoriais realizadas em amostras de água tratada na saída da Estação de Guandu e em todos os pontos de coleta ao longo da rede de distribuição desde o dia 1º, “devendo apresentar ainda complementarmente informações sobre a presença e concentração, na água tratada, de Geosmina e demais toxinas produzidas por algas e bactérias”.

A Agência Brasil entrou em contato com a Cedae e aguarda posicionamento da companhia.

Carvão ativado

Ontem (13), a companhia informou que o carvão ativado pulverizado que será aplicado no início do tratamento da água distribuída pelo Reservatório do Guandu a grande parte da população do Rio de Janeiro passará a ser empregado a partir da próxima semana.

Na quinta-feira (9), a Cedae informou que adotaria, em caráter permanente, a aplicação de carvão ativado. A medida da companhia de distribuição de água visa a reter a substância geosmina, que tem causado cheiro forte e turbidez na água distribuída.

A empresa tem destacado que a geosmina não apresenta risco à saúde. “A substância não oferece riscos à saúde, mas altera o gosto e o cheiro da água. O fenômeno natural e raro de aumento de algas em mananciais, em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico, causa o aumento da presença desse composto orgânico, levando a água a apresentar gosto e cheiro de terra.”