Primata ameaçado de extinção nasce no Zoológico de Brasília
Um primata nativo do Amazonas, cuja espécie está em perigo crítico de extinção, nasceu no início deste mês, no Jardim Zoológico de Brasília. O filhote de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) foi o segundo caso de reprodução em cativeiro da espécie assistida pela instituição.
Para dar nome ao filhote, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB) fez uma campanha em seu Instagram. As opções serão Tucumã e Jambu, uma fruta e uma planta típicas da Região Norte, conterrâneas do sauim-de-coleira – o primata é uma espécie originária do Amazonas e vive em uma região metropolitana de Manaus. O resultado da votação sai nos próximos dias.
De acordo com o diretor de Mamíferos do Zoológico de Brasília, Felipe Reis, o sexo do filhote ainda é desconhecido, já que, em função da fragilidade do recém-nascido e pensando na preservação da espécie, os técnicos da instituição ainda não manejaram o pequeno animal. Quando completar 3 meses e tiver independência dos pais, os biólogos vão examiná-lo para identificar o sexo do filhote.
"Nesse momento, a gente não interfere na criação. São os pais que criam, e eles estão tendo um cuidado muito bom. Eu vejo o filhote tanto no pai quanto na mãe, que é o esperado para a espécie. Essa espécie ocorre na região metropolitana de Manaus e está criticamente ameaçada de extinção, última categoria antes de extinto. É uma espécie que está com risco altíssimo de desaparecer”, explicou Reis.
Sauim-de-coleira
O sauim-de-coleira tem este nome por sua característica marcante de pelagem, com pêlos claros no tronco e o restante do corpo de cor escura. Quando adultos, podem pesar entre 450 e 600 gramas. São animais que vivem em grupos, que podem ter de 7 a 15 membros. Na natureza, a expectativa de vida do sauim-de-coleira varia entre 10 e 12 anos de idade, e em cativeiro pode chegar a até 20 anos.
De acordo com o Zoológico de Brasília, estima-se que existam cerca de 46 mil animais da espécie vivendo na natureza atualmente.
A classificação da espécie como criticamente em perigo de extinção veio por meio de uma estatística do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), segundo o qual, pelo menos 80% da população de sauins-de-coleira poderia ser reduzida ao longo de três gerações.