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Moradores são comunicados de remoção e escolhem moradias nesta semana

Informações são da Vale, proprietária da mina em Barão de Cocais
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil 
Publicado em 22/11/2020 - 17:06
Rio de Janeiro
SEDE DA VALE NO RJ
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Os moradores de Barão de Cocais (MG) que precisarão deixar suas casas por conta do risco do rompimento da barragem Norte/Laranjeiras começaram a ser comunicados e, nesta semana, escolhem as futuras moradias, conforme esclareceu hoje (22) a Vale, por meio de assessoria de imprensa. O anúncio da remoção foi feito oficialmente no último dia 18.

A barragem Norte/Laranjeiras integra a Mina de Brucutu, localizada no município de São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). A mina é considerada a maior da Vale em Minas Gerais. A área que seria atingida no caso de um rompimento e que precisará ser evacuada, no entanto, está Barão de Cocais, cidade vizinha.

Segundo a Vale, a remoção, que afetará pelo menos 34 pessoas, é uma ação preventiva, uma vez que a barragem não recebe rejeitos e, portanto, não faz parte do plano de produção de minério de ferro desde dezembro de 2019. A remoção será feita de forma programada, conduzida pela Defesa Civil, com o acolhimento das famílias pela Vale. Caberá à companhia prestar toda a assistência necessária às famílias até que a situação seja normalizada.

Na última quarta-feira, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que a remoção será planejada e levará em conta a pandemia do novo coronavírus. Isso significa que, a princípio, ninguém será levado para hotel. Em função da covid-19, a opção prioritária é de que as famílias sejam desde já realocadas em casas que elas escolherem. Haverá um tempo para essa escolha.

Além das pessoas, como esses moradores também desenvolvem atividades agropecuárias, um total de 790 animais também precisarão ser levados para outros locais, segundo a Defesa Civil.

Rompimento de barragens 

A remoção ocorre porque a Vale elevou a barragem Norte/Laranjeiras para o nível de emergência 2, conforme a classificação estabelecida pela Agência Nacional de Mineração (ANM). A escala vai até 3, quando o risco de rompimento passa a ser considerado iminente. De acordo com a Defesa Civil, a situação decorre de uma trinca em uma ombreira da barragem. Segundo a Vale, a elevação do nível de emergência foi decidida com base em uma abordagem conservadora da empresa, já que não teriam sido observadas alterações relevantes.

Esta não é a primeira evacuação realizada em Barão de Cocais, onde há uma das quatros estruturas da Vale que estão atualmente no nível 3 de risco de rompimento. Trata-se da barragem Sul-Superior, da Mina de Gongo Soco. Na cidade, quase 500 pessoas estão foram de suas casas. 

A situação é um desdobramento das duas tragédias ocorridas no estado nos últimos anos. Em novembro de 2015, uma enorme devastação na Bacia do Rio Doce e a morte de 19 pessoas foram consequência do rompimento de uma estrutura em Mariana (MG) mantida pela Samarco, uma joint-venture de Vale e da BHP Billiton. Já em janeiro de 2019, outra barragem se rompeu em Brumadinho (MG) deixando 270 mortos. A responsável pela estrutura era a mineradora Vale.