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Pandemia muda as celebrações do dia de São Jorge no Rio

Hoje, na missa das 9h, padre pediu ao santo proteção contra a covid-19
Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/04/2021 - 14:50
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Durante os festejos de São Jorge em Quintino, na zona norte, a sede da paróquia dedicada ao santo, fiéis se reúnem para missas e procissões.
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

A pandemia da covid-19 alterou, pelo segundo ano consecutivo, a tradicional festa do dia de São Jorge, no Rio de Janeiro, comemorado em 23 de abril. As celebrações costumavam reunir milhares de devotos do santo guerreiro, como é chamado, tanto na Igreja Matriz, em Quintino, zona norte, como na Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge, na Praça da República, no centro da cidade.

Nesta quinta-feira, a programação já antecipa um pouco as celebrações com horários de missas devocionais ao longo do dia. Durante a missa na Igreja da Praça da República, transmitida a partir das 9h, pelo Facebook, o padre Antônio Sobrinho lembrou das vítimas da covid-19 e pediu proteção do santo às famílias para que não sejam atingidas pela doença. “Que São Jorge possa auxiliar-nos neste tempo tão difícil. Que São Jorge nos guarde e nos proteja da pandemia”, disse o padre.

Hoje está sendo permitida a presença de público durante as missas, mas a frequência é limitada a 70 pessoas, que devem estar de máscaras, com higienização com álcool em gel e respeitando o distanciamento. Além da missa das 9h, houve celebração às 12h e o dia termina com a missa das 17h, que será celebrada pelo padre Wagner Toledo.

Para ele, que nos últimos anos conduzia a tradicional alvorada de São Jorge, às 5h, com grande número de fiéis, este é um momento sofrido. O religioso lembrou que muitas pessoas chegavam no dia anterior para guardar um lugar na fila e participar da cerimônia. 

Pelos números da Polícia Militar, segundo o padre, houve anos em que mais de 150 mil pessoas passaram pelo templo no Dia de São Jorge para saudar o santo. “A gente lembra que era de 4 horas o tempo que um fiel permanecia na fila para conseguir entrar na igreja. Seria uma irresponsabilidade muito grande da nossa parte realizar qualquer evento provocando aglomeração dessa maneira desmedida”, completou.

Mesmo com a tristeza de não ter tantos fiéis nas celebrações, o padre mandou um recado para os devotos de que não é momento de abrir a guarda para o coronavírus. “Agora todo mundo é chamado a ser um cavaleiro do bem, porque o grande dragão de hoje é invisível, é o vírus. Então, temos que combater com as armas que a gente dispõe: álcool em gel, distanciamento e não aglomerar”, disse.

Na Igreja da Matriz, a programação de hoje tem previstas onze missas ao longo do dia. Para participação presencial, como a frequência seria reduzida, os devotos fizeram agendamento pelo número de WhatsApp que o templo botou à disposição para o fiel garantir um lugar.

Cenário diferente no dia do santo

Amanhã (23), dia de São Jorge, a situação será diferente. Para evitar aglomerações, as duas igrejas do santo estarão fechadas ao público, mas isso não significa que não haverá missas. Os fiéis poderão acompanhar as celebrações pelas redes sociais das igrejas ou pelo canal católico Rede Vida. A Alvorada, às 5h, será apenas na Igreja Matriz, em Quintino, mas não é recomendável a presença de fiéis, que poderão acompanhar tudo por meio das transmissões. 

Como sempre ocorre, haverá toques do clarinete e do sino e uma queima de fogos, com uma missa na sequência celebrada pelo padre Dirceu Rigo, que vai ler uma carta com uma mensagem do santo. “São Jorge é quem vai falar aos devotos este ano para não desanimarem com esta pandemia que estamos vivendo, mas lutarem como ele lutou quando descobriram que era cristão”, disse o religioso à Agência Brasil.

Para o padre, mesmo sendo muito triste não poder fazer a festa do padroeiro pelo segundo ano consecutivo, é preciso estar ciente da realidade atual e acima de tudo cuidar da vida. “Quem sabe no ano que vem a gente não possa fazer [a festa] com mais força?”. A programação da Igreja Matriz prevê, ainda, uma missa às 10h, a ser conduzida pelo arcebispo do Rio, cardeal dom Orani Tempesta, e uma de encerramento às 18h.

Como as instalações da Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge, no centro, são menores, as transmissões das missas do santo guerreiro serão feitas diretamente da Igreja de Santa Rita, também no centro. Lá será permitida a entrada de devotos com o limite de 60 pessoas.

O Corpo de Bombeiros do Rio, que tem São Jorge como padroeiro, vai fazer uma alvorada às 6h, no quartel de Copacabana, na zona sul da cidade. Em seguida, uma imagem do santo seguirá em carro aberto da corporação até o Quartel Central, na Praça da República.