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Com tempo instável, Rio transfere missa de 90 anos do Cristo Redentor

A cerimônia religiosa foi realizada na Catedral Metropolitana
Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/10/2021 - 11:36
Rio de Janeiro
Vista do Pão de Açúcar e enseada de Botafogo
© Tomaz Silva/Agência Brasil

Devido ao tempo fechado no Rio, com chuva prevista para todo o dia e o céu encoberto, cobrindo a imagem do Cristo, a missa dos 90 anos do Cristo Redentor marcada para as 8h da manhã foi transferida para a Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, na Avenida Chile, região central da cidade.

O cardeal arcebispo do Rio, D. Orani Tempesta celebrou a missa na Catedral Metropolitana. A missa durou quase duas horas e durante a homilia, D. Orani ao lembrar das nuvens que encobriram o Cristo hoje, disse que “nessa época de pandemia, já olhando com otimismo, com confiança na imunização [da população], os tempos que virão, espero que se confirmem que nós queríamos também enxergar isso: das nuvens tenebrosas que nós tivemos no ano passado e que de certa  já vão diminuindo nesse ano, nós queremos ver também a presença do Senhor em nossas vidas de esperança e confiança no amanhã”.

Em outro trecho, o cardeal arcebispo disse que em tempos de polarizações, de ódios, de rancores, de situações diversas, celebrar 90 anos da inauguração do Cristo Redentor, “nós queremos também nos comprometer hoje a ajudar o Brasil a ser cada vez mais um país que acolhe e constrói pontes, para convivermos com os diferentes, uns com os outros, e aquilo que suscita a imagem do Redentor de braços abertos, além da fé, em Cristo Jesus, falam que os braços abertos possam ajudar o país, o mundo, a ver que é possível olhar com fraternidade, uns com os outros, e seria um sonho que nós somos chamados a acalentar”.

Ao término da missa, as autoridades presentes foram chamadas a falar. Entre elas, o ministro do Meio Ambiente, Jorge Álvaro Pereira Leite. O ministro disse que o presidente Jair Bolsonaro pediu a ele, num encontro na semana passada, para trazer uma solução definitiva para a área onde se encontra o Santuário do Cristo Redentor.

No dia 11 de setembro último, o padre Omar Raposo e comitiva foram impedidos de acessar o Santuário Cristo Redentor. Eles se dirigiam ao local para um batizado, a ser realizado nos pés do Cristo, e foram barrados por seguranças do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que faz a gestão do Parque Nacional da Tijuca.O padre Omar disse que tinha comunicado ao ICMBio que seria realizada à cerimônia, mas isso só foi resolvido cerca de 2h30 depois. 

O ministro disse que o presidente Bolsonaro pediu uma atenção especial e com apoio de todos e da Mitra Diocesana “vamos achar essa solução definitiva para trazer harmonia ao local do Santuário do Cristo Redentor”. O ministro foi muito aplaudido e disse que o Cristo é um símbolo dessa cidade, do Brasil e de um país de braços abertos e não é por coincidência que esse símbolo “em uma escultura de concreto está na sala da minha casa”.

Procissão

Após a missa, as autoridades foram chamadas a sair em procissão até o pátio da Catedral Metropolitana, onde está sendo realizada uma grande festa sustentável para a população em situação de vulnerabilidade social, nas áreas de saúde, alimentação, cidadania e serviço social, e apresentações culturais, oficinas e assistência religiosa, além de atividades para as crianças por também ser celebrado o Dia das Crianças, no estacionamento da catedral, com dezenas de barracas para atender à população.

Entre os serviços sociais que estão disponíveis na Catedral há atendimento médico, com exames, atendimento para casas de acolhida, serviços de higiene pessoal e de beleza, oferecimento de cursos para diversas áreas, orientação vocacional, banco de talentos, com encaminhamento ao mercado de trabalho, entre outros.

A coordenadora do Projeto Cristo Sustentável, Silva Gonzaga disse que “todas essas pessoas que virão aqui hoje celebrar a festa do Cristo Redentor são pessoas muito necessitadas. Você pode vir aqui tirar seus documentos, ter consulta com médicos, doação de sangue, que é a grande novidade, com o Hemorio. Quem quiser fazer o bem, venha doar sangue, doar vida”. 

As ações abrangem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo da festa é deixar um legado socioambiental e educativo como referência para o povo do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo. 

O reitor do Santuário Cristo Redentor, padre Omar disse que “queremos ser extensão dos braços do Cristo Redentor que acolhe a todos sem distinção. Ao longo dos seus 90 anos, o Cristo Redentor sempre se destacou no cenário nacional e internacional como porta de entrada do turismo brasileiro, maior monumento em art déco do mundo e Santuário católico, um local sagrado que recebe peregrinos do mundo inteiro. Desde a construção, é o símbolo nacional de fé e esperança. Chegou a hora de celebrarmos tudo o que ele representa para o povo brasileiro e o mundo inteiro. Por isso vamos fazer uma grande festa, com atividades religiosas, sustentáveis e culturais”, destacou.

As ações na Catedral Metropolitana vão até as 17h.