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Monique Medeiros volta a trabalhar na Secretaria da Educação do Rio

Ela irá a júri popular pela morte do filho, Henry Borel
Francisco Eduardo Ferreira*
Publicado em 23/01/2023 - 13:06
Rio de Janeiro
Monique Medeiros deixa a prisão no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo
© Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

A mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros, voltou a trabalhar na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME) em uma função administrativa, no almoxarifado, com remuneração bruta de R$ 3,1 mil, em dezembro de 2022. Ela chegou a ser presa, mas foi solta após decisão monocrática do relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, após o pedido ter sido negado no Supremo Tribunal Federal, pelo ministro Gilmar Mendes.

Servidora concursada da SME, ela estava afastada desde abril de 2021, quando foi presa acusada de matar Henry Borel, então com 4 anos, em 2021. Ré no processo junto com seu ex-namorado e ex-vereador Jairo de Souza, conhecido Dr. Jairinho, aguarda o julgamento em liberdade desde agosto de 2022. Os dois serão julgados pelo 2º Tribunal do Júri.

Até agosto de 2020, Monique exercia o cargo de diretora na Escola Municipal Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, na zona oeste da cidade. Após pedir exoneração do cargo, ela passou a atuar no gabinete do conselheiro Luiz Antônio Guaraná, do Tribunal de Contas do Município do Rio (TCM), função da qual foi exonerada em março de 2021, sem perder a matrícula na SME por ser concursada e estar licenciada.

Secretaria Municipal de Educação

"A orientação jurídica recebida pela Secretaria Municipal de Educação foi de que como a servidora foi solta pelo Superior Tribunal de Justiça e ainda não houve sentença condenatória, não há como a servidora concursada ser afastada e ter sua remuneração suspensa, razão pela qual ela retornou ao trabalho, em função administrativa no almoxarifado da Secretaria”, informa o órgão municipal, em nota.

Pelas redes sociais, o secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha, afirmou que há um processo administrativo pedindo a demissão de Monique.

"Se dependesse de mim, Monique Medeiros já teria sido demitida há muito tempo, mas sabemos como a Justiça demora no Brasil. Desde que aconteceu este caso absurdo, instauramos um processo administrativo, mas como ela foi solta pela Justiça e ainda não houve sentença condenatória, a orientação jurídica recebida pela Secretaria é de que não há como a servidora ser afastada e ter a remuneração suspensa, mas será mantida longe da sala de aula e das nossas escolas."

Relembre o caso

Henry Borel morreu há pouco menos de dois anos, em março de 2021, em um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde morava com a mãe e o padrasto, o ex-vereador Jairo de Souza. Investigações da Polícia Civil apontam os dois como suspeitos pela tortura e assassinato do menino, que teriam sido cometidos pelo vereador, com conhecimento da mãe. Em abril de 2021, os dois foram presos em caráter preventivo, por decisão da Justiça. No entanto, ele e Monique negam que tenha havido qualquer agressão a Henry.

*Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara

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