Balão atinge avião em abastecimento e quase provoca tragédia no Rio
Um balão caiu neste domingo (14) sobre um avião estacionado no Aeroporto Santos Dumont, situado na região central da cidade do Rio de Janeiro. O avião estava em abastecimento. Em seguida, o balão resvalou para a pista e pegou fogo, que foi controlado por funcionários da própria unidade aeroportuária.
No Santos Dumont, não deram informações e direcionaram a reportagem à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Procurada pela Agência Brasil, a Infraero, respondeu à demanda apenas na segunda-feira (15).
Segundo empresa, a queda do balão não causou a interrupção das operações de pousos e decolagens nem atrasos e cancelamento de voos. O balão pegou fogo ao tocar o chão, tendo sido imediatamente controlado pelos bombeiros do aeroporto, afirmou a Infraero.
“Importante destacar que, no Aeroporto Santos Dumont, assim como em todos os aeroportos da Rede Infraero, as equipes estão capacitadas a atuar, de forma preventiva, desde quando o balão é avistado nas proximidades, mantendo assim o monitoramento de forma coordenada com a Torre de Controle. Com isso, em caso de queda sobre o aeródromo, a equipe de bombeiros terá uma atuação imediata”.
A Infraero esclareceu ainda que além de comprometer a segurança operacional, “o risco baloeiro pode acarretar outros impactos operacionais, como atrasos em pousos e decolagens e suspensão de voos. Ressaltamos que soltar balão é crime, conforme a Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605, de 1998”, conclui a nota.
Campanha
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) não chegou a ser acionado, mas lamentou o ocorrido. No último dia 26 de abril, a corporação lançou a campanha “Balão mata”, com objetivo de mostrar à população as consequências dessa prática, em postagens em suas redes sociais, com vídeos reais. A iniciativa conta com a parceria da Secretaria de Estado de Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), que intensificará investigações relacionadas à atividade criminosa, principalmente com a proximidade das festas juninas.
O coronel Leandro Monteiro, secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, ressaltou, na ocasião, que “soltar balões sempre foi crime”. Admitiu, por outro lado, que atualmente, as redes sociais acabam potencializando essas atividades que podem resultar em verdadeiras tragédias. Monteiro lembrou que recentemente, um balão caiu na Estação de Tratamento de Água do Guandu e poderia ter deixado toda a região metropolitana sem água.
“Em janeiro deste ano, em pleno verão, outro balão caiu na praia do Leme, que estava lotada, e poderia ter causado um verdadeiro desastre. É importante que a população se conscientize. Essa é uma luta de todos nós! Soltar balão não é legal, não é instagramável. É crime!”, afirmou o secretário.
De acordo com dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Força Aérea Brasileira (FAB), cerca de 100 mil balões são soltos a cada ano no país. O estado do Rio de Janeiro está entre os líderes de avistamentos de balões não tripulados de ar quente, informou o CBMERJ.
Matéria ampliada às 17h45, do dia 15/5, para inclusão de três parágrafos com posicionamento da Infraero.