logo Agência Brasil
Geral

Polícia procura material radioativo que teria sido furtado em Minas

Fontes seladas de césio-137 estão desaparecidas desde 29 de junho
Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/07/2023 - 12:26
Rio de Janeiro
FURTO DE MATERIAL RADIOATIVO - Medidor de densidade que utiliza a fonte de Césio 137. Foto:CGMI/CNEN
© CGMI/CNEN

A Polícia Civil de Minas Gerais faz buscas para encontrar objetos com material radioativo que teriam sido furtados na unidade da mineradora AMG Brasil, no município de Nazareno, na região do Campo das Vertentes, a cerca de 150 quilômetros de Belo Horizonte.

A AMG Brasil informou que se tratam de duas fontes seladas de césio-137 de equipamentos medidores de densidade de polpa. No dia 29 de junho, o desaparecimento foi informado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

“De acordo com as normas da CNEN, as fontes são classificadas como ‘Categoria 5, Baixo Risco’. Quando utilizadas em medidores de densidade de polpa, as fontes não representam riscos. Elas possuem uma atividade 275 mil vezes menor que a de alguns aparelhos de radioterapia”, esclarece a mineradora em comunicado.

A atividade das fontes desaparecidas é ínfima em relação à do césio-137 que resultou no acidente radioativo mais grave do país, em 1987. No entanto, a AMG ressalta que o manuseio inadequado por pessoas não autorizadas pode acarretar risco à saúde.

As fontes desaparecidas podem ser identificadas pelo formato e aparência. “São revestidas de aço inoxidável e possuem uma blindagem interna, de chumbo, e uma externa, de aço inoxidável, resistente a impactos”, detalha.

Técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN em Minas Gerais, estão realizando inspeções para apurar o ocorrido e avaliar as medidas de radioproteção da empresa. A AMG tem licença regular da CNEN e autorização para operação.

No comunicado, a mineradora lamenta o suspeito furto e diz que faz todos os esforços para resolver a situação o mais brevemente possível. Também estão sendo feitas investigações internas. Foi disponibilizado um telefone para pessoas que tenham informações sobre as peças furtadas ou desejem esclarecer dúvidas: (32) 3322-3053.

Segundo a CNEN, as fontes têm atividade cerca de 300 mil vezes menor que aquela do acidente de Goiânia. Além disso, são confeccionadas em material cerâmico, ou seja, mesmo que fossem violadas em seus invólucros duplos de aço inox, não seriam espalháveis como foi a fonte do acidente de 1987. Essas fontes desaparecidas são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica.