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PF prende quatro acusados de desvio de dinheiro na educação no Rio

Esquema envolvia contratos sem licitação para compra de livros
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/02/2025 - 08:23
Rio de Janeiro
Brasília (DF) 18/10/2024 - PF faz nova ação para combater corrupção de fiscais da ANTT
Foto: Polícia Federal/Divulgação
© Polícia Federal/divulgação

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira (11), quatro acusados de desvio de recursos federais destinados à educação na cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Contra eles, havia mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. Os policiais também cumprem 42 mandados de busca e apreensão em outros municípios fluminenses e em Pernambuco.

De acordo com a PF, os alvos da Operação Errata se aproveitaram para desviar recursos públicos de contratos firmados pela Secretaria Municipal de Educação, sem licitação, que tinham como objetivo o fornecimento de livros didáticos a alunos da rede municipal de educação.

O dinheiro desviado foi recebido por meio do Fundo Nacional de Educação (Fundeb), por isso, a ação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal.

A investigação mostrou que eram realizados pagamentos superfaturados, com documentação falsa, às empresas fornecedoras do material. Os agentes públicos do município de Belford Roxo, envolvidos no esquema, eram então favorecidos pelo pagamento de vantagens indevidas.

A PF também encontrou indícios de tentativa de ocultar a origem ilícita dos recursos por meio de mecanismos de lavagem de dinheiro.

Ainda segundo a PF, o fornecimento de livros didáticos aos alunos da rede municipal de Belford Roxo tem sido feito por apenas duas empresas, sem licitação, desde 2017. A PF destaca ainda que o município poderia obter gratuitamente livros didáticos aos alunos de sua rede pública de ensino, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do Ministério da Educação (MEC).

Em nota, a Prefeitura de Belford Roxo afirma que "não compactua com nenhum tipo de prática ilícita com o dinheiro público e irá colaborar com as autoridades na investigação do caso", que apura acusações que envolvem o mandato municipal anterior.

O município acrescenta que está fazendo um "pente-pino" em seus contratos, mas afirma que "não há fisicamente nas secretarias os processos administrativos que originaram as contratações". Segundo o texto, a grande maioria dos contratos eram emergenciais, e os pagamentos, feitos por termos de ajuste de contas.

*Matéria atualizada às 13h45 para acrescentar posicionamento da Prefeitura de Belford Roxo.