Prefeito da oposição é preso na Venezuela
O prefeito Daniel Ceballos, de San Cristóbal, capital do estado de Táchira (Venezuela), lugar em que foram iniciados os protestos estudantis no país, foi detido nessa quarta-feira (19). O Tribunal Supremo de Justiça do país expediu uma ordem de prisão contra ele por incitar uma rebelião civil e a violência. O prefeito da cidade de San Diego, estado de Carabobo, Vicente Scarano Spisso, também teve a ordem de prisão decretada. Ambos são opositores ao governo de Nicolás Maduro.
De acordo com a Justiça venezuelana, Spisso e o diretor da polícia local, Salvatore Lucchese Scalleta, descumpriram uma sentença do tribunal que ordenava às autoridades locais impedirem o bloqueio de vias durante a onda de protestos no país. A sentença contra Enzo foi estabelecida em dez meses e 15 dias de prisão.
A Justiça concordou com as acusações, reiteradas pelo presidente e ministros de Estado, em que apontam os políticos opositores como corresponsáveis pela onda de vandalismo e rebelião que se instalou em algumas regiões, sobretudo nas de oposição ao governo de Maduro.
Com a prisão do prefeito de San Cristóbal e a sentença de Spisso já são três políticos opositores condenados pela Justiça venezuelana sob a acusação de envolvimento nos protestos. O primeiro foi Leopoldo López, do partido Vontade Popular. Na terça-feira (18), López completou um mês de prisão preventiva.
Pelo Twitter, o líder da oposição, Henrique Capriles, governador do estado de Miranda, reagiu à notícia e disse que o governo Maduro está “colocando fogo” na situação, com a prisão dos opositores. “Com a detenção fascista do prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, Nicolás tomou [a] decisão de aumentar o conflito em Táchira e na Venezuela”, escreveu Capriles na rede social.
O termo fascista é amplamente usado por ambas as partes. O governo chama os opositores de “extrema direita fascista” e a oposição acusa o governo Maduro de adotar atitudes fascistas.
Na semana que vem ocorrerá uma nova conferência de paz, com a participação de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Mas o clima de confrontação persiste e, após as prisões, novas passeatas foram convocadas por estudantes para hoje e sábado (22).