Unasul conclui reunião com governo venezuelano, opositores e Igreja Católica
Em busca de consenso entre o governo da Venezuela e a oposição no país, a comissão de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) concluiu hoje (19) uma série de reuniões com representantes do governo, da Nunciatura Apostólica Católica e da Mesa da Unidade Democrática (MUD), que reúne a coalisão de partidos opositores venezuelanos.
Após os encontros, até tarde da noite de hoje, a Unasul não se pronunciou sobre o resultado obtido durantes os dois dias de conversações em Caracas. A comissão da Unasul visitou o país depois de a oposição suspender as conversações, devido à prisão de estudantes há três semanas.
A comissão é formada pelos chanceleres do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; da Colômbia, María Angela Holguín; e do Equador, Ricardo Patiño. Os chanceleres atuam como observadores e mediadores do diálogo entre governo e oposição para tentar resolver o conflito interno no país, que soma 42 mortes e mais de 800 feridos, em quase 90 dias de protestos e confrontos entre manifestantes e policiais.
À tarde, o chanceler equatoriano escreveu em sua conta no Twitter que a mesa de diálogo havia avançado “em vários pontos da agenda” e que os encontros conseguiram “abrir pontes de comunicação outra vez". No entanto, Patiño admitiu que “sustentar um processo de diálogo no país não é fácil”, mas ressaltou que, a seu ver, havia um clima favorável para reabrir as conversações, tanto da parte do governo quanto da oposição.
Nas redes sociais, jovens estudantes também comentaram que o monsenhor Aldo Giordano, que participou da reunião em nome da Igreja Católica, havia pedido aos estudantes que "reconhecessem" os diálogos e o governo de Nicolás Maduro. Representantes do Vaticano têm atuado na Venezuela durante os protestos na tentativa de conciliar as partes em conflito.