Abbas diz que novo governo de união põe fim à divisão na Palestina
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou hoje (2) “o fim da divisão” entre os palestinos, ao dar a posse ao novo governo de união nacional como parte do acordo de reconciliação concluído no final de abril.
“Hoje, com a formação de um governo de união nacional, anunciamos o fim da divisão palestina, que prejudicou muito a nossa causa nacional”, declarou Abbas, em Ramallah, Cisjordânia, após a cerimônia de posse. Composto por 17 ministros, o governo independente tem cinco representantes da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e será liderado por Rami Hamdallah. A principal missão do novo governo será preparar as eleições presidenciais e legislativas até o fim deste ano.
Anteriormente, Abbas havia dito que “os ministros não serão membros do Fatah", movimento que dirige, "nem do Hamas", movimento de resistência islâmica. O Hamas já saudou o novo governo de união de “todos os palestinos”, segundo um porta-voz do movimento islâmico.
Israel criticou o acordo de reconciliação entre a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Hamas, que considera uma organização terrorista - avaliação compartilhada pela União Europeia e os Estados Unidos. A OLP, dominada pelo Fatah, e o Hamas assinaram, em 23 de abril, acordo para acabar com a divisão política que existia desde 2007, entre a Cisjordânia, cujas zonas autônomas são administradas pela Autoridade Palestina, e a Faixa de Gaza, sob bloqueio israelense.
Para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a posição da Europa diante do novo governo é ambígua. “O terrorismo islâmico levanta a cabeça na Europa, vimos uma demonstração com o horrível crime cometido no Museu Judaico, em Bruxelas", disse Netanyahu, em comunicado transmitido pela rádio do Exército.
O governo israelense condenou a formação do novo governo de unidade nacional e ameaçou adotar medidas de retaliação, embora não tenha especificado quais seriam essas medidas.
Netanyahu convocou nesta segunda uma reunião de emergência e confirmou o rompimento das negociações com o governo palestino que, segundo ele, é “aliado à organização terrorista Hamas”. Na sua avaliação, a iniciativa acendeu luz verde para que Israel imponha “novas sanções” à Autoridade Palestina.
O primeiro-ministro israelense disse que, a partir de agora, Abbas é o responsável por qualquer ação “destinada a abalar a segurança de Israel”, quer provenha da Faixa de Gaza ou da Cisjordânia.
Segundo Netanyahu, Abbas decidiu aliar-se ao Hamas, “uma organização classificada como terrorista pelos Estados Unidos, a Europa, o Egito e muitos outros países”. Ele também exortou os Estados Unidos e a União Europeia a não reconhecerem o novo governo palestino.
![UFMG/Divulgação Brasília (DF), 05/12/2024 - Mapa mostra que o Brasil tem 95 milhões de hectares a espera de ações de restauração e pagamento por serviços ambientais. Foto: UFMG/Divulgação](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![Logo da Agência Brasil](https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/themes/agenciabrasil_v3/images/thumb_rdag_small.webp?sno5qi)
![REUTERS/Annegret Hilse/Reprodução proibida. Síria- 08/12/2024 Pessoas comemoram, depois que os rebeldes sírios anunciaram que expulsaram Bashar al-Assad da Síria. REUTERS/Annegret Hilse/Reprodução proibida.](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)