Fundador do WikiLeaks aceita ser ouvido pela Justiça sueca em Londres
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na Embaixada do Equador em Londres, aceitou ser ouvido por juízes suecos na capital britânica, anunciou hoje (13) o advogado Per Samuelsson. "Estamos cooperando com a investigação, Assange aceita" a proposta do Ministério Público sueco, disse o advogado.
O Ministério Público apresentou a proposta de ouvir Assange em Londres, na expectativa de fazer avançar o inquérito por violação, suspenso desde que o australiano refugiou-se na embaixada. "A procuradora Marianne Ny enviou pedido aos advogados de Julian Assange para saber se ele aceitaria ser ouvido na capital britânica e para colher uma amostra de DNA", informou comunicado do Ministério Público sueco.
Até agora, a Justiça sueca tinha se recusado a ouvir Assange fora do país, como sempre pediu o australiano. O Ministério Público, no entanto, disse que mudou de posição porque "vários fatos dos quais Assange é acusado vão prescrever em agosto deste ano, ou seja, em menos de seis meses".
Se todas as partes estiverem de acordo, o Reino Unido deverá aceitar que o fundador da WikiLeaks seja ouvido em seu território por juízes estrangeiros, e o Equador deve abrir as portas.
Julian Assange, de 43 anos, está refugiado na Embaixada do Equador desde junho de 2012, evitando assim um mandado de prisão que o Reino Unido pretende executar assim que ele deixar o território equatoriano. A polícia britânica vigia o local 24 horas.
Denunciado por violação em 2010 por duas suecas, Assange afirmou que as relações mantidas com elas foram consensuais.
O australiano disse temer que a Suécia o extradite para os Estados Unidos, pela publicação no site WikiLeaks de 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos e 500 mil relatórios militares considerados segredos da Defesa.