Cinco suspeitos de participar de atentado no Quênia são presos
Cinco pessoas foram detidas e interrogadas por suspeita de envolvimento no ataque do grupo radical islâmico Al Shebab a uma universidade no Quênia, que matou 148 pessoas. A informação foi confirmada hoje (4) pelo Ministério do Interior em Nairobi.
Um dos agressores foi preso enquanto fugia da cena do assassinato. O porta-voz do ministério, Mwenda Njoka, informou que, em seguida foram detidos os demais. Três deles tentavam atravessar a fronteira para a Somália, no momento da prisão.
“Eu não vou entrar em detalhes sobre como capturamos e suas conexões, porque é uma ameaça contínua”, disse Njoka, acrescentando que "uma operação desta magnitude [para prender os envolvidos no ataque à universidade] não envolve dois, três ou cinco pessoas, mas é muito mais complexa". “Suspeitamos que sejam cúmplices dos atacantes […]. Tentamos estabelecer ligações com o ataque", completou Mwenda Njoka.
Entre os suspeitos está um tanzaniano suspeito de ter facilitado a entrada de integrantes do grupo no campus universitário, acrescentou o porta-voz.
Um comando islâmico entrou na quinta-feira (2), no início da manhã, na Universidade de Garissa, no Leste do Quênia, a cerca de 150 quilômetros da fronteira com a Somália. Os homens armados dispararam contra os alunos que se identificaram como cristãos. Eles faziam perguntas às vítimas sobre o Alcorão e mataram as que não responderam.
Os islâmicos somalianos do grupo jihadista Al Shebab reivindicaram a autoria do ataque, o que resultou em mais mortes no Quênia desde o atentado contra a Embaixada dos Estados Unidos em Nairobi, em 1998, que registrou 213 mortos. O ataque à universidade foi uma represália à presença militar queniana na Somália, onde um corpo expedicionário queniano combate esse movimento desde o final de 2011.
Após o atentado, o grupo islâmico ameaçou mais ataques no Quênia caso o governo não retire todas as tropas instaladas no país, de acordo com um comunicado divulgado pela organização terrorista, que acusa os militares de matar civis e bombardear populações.
“Enquanto o governo persistir em seguir o caminho da opressão, colocar em prática políticas repressivas e continuar a perseguição sistemática de muçulmanos inocentes, nosso ataques também continuarão”, disse o comunicado.
O grupo islâmico também se dirigiu ao governo queniano e advertiu que sua mensagem “não será escrita com palavras, mas com o sangue do povo". "Cavem seus túmulos e preparem seus caixões a partir de agora.”
O ataque à universidade deixou 142 estudantes, três agentes de segurança e dois funcionários mortos. O número de feridos chega a enquanto havia também 104 feridos, de acordo com o Ministério do Interior. Dezenove feridos permanecem em estado crítico.
*Com informações da Agência Lusa e da Telam