Escândalo na Fifa leva David Cameron a defender ofensiva contra a corrupção
O primeiro-ministro britânico David Cameron vai lançar, durante a Cúpula do G7 que começa amanhã (7) na Alemanha, um apelo para uma ofensiva global contra o “câncer da corrupção”, após o escândalo que atingiu a Federação Internacional de Futebol (Fifa).
Em comunicado divulgado hoje (6), Cameron afirmou que o grupo dos sete países mais industrializados do mundo deve usar o escândalo da Fifa como inspiração para combater a corrupção globalmente.
“Na última quinzena, fomos confrontados com duras verdades sobre a Fifa. O organismo que governa o futebol tem enfrentado terríveis acusações que sugerem que está completamente impregnado pela corrupção”, destacou. “Tal como sucede com a Fifa, nós sabemos que o problema está lá, mas há uma espécie de tabu internacional quando se trata de apontar o dedo e de levantar preocupações.”
Cameron defendeu a uma mudança de procedimentos nas cúpulas internacionais: “Os líderes se reúnem para falar de ajuda, crescimento econômico e sobre como garantir a segurança do nosso povo, mas simplesmente não falamos o suficiente sobre corrupção. Isto tem de mudar. Temos de mostrar um pouco da mesma coragem que expôs a Fifa e quebrar o tabu de falar sobre corrupção.”
Ele comparou a corrupção a um câncer. "Não ameaça apenas a nossa prosperidade, também mina a nossa segurança.”
A Cúpula do G7, que tem como anfitriã a chanceler alemã Angela Merkel, vai reunir, além da alemã e do britânico, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, da França, François Hollande, e os primeiros-ministros da Itália, Matteo Renzi, do Canadá, Stephen Harper, e do Japão, Shinzo Abe.
Hoje, na véspera da reunião, milhares de manifestantes participaram de protestos contra o G7. O grupo se concentrou em frente à estação ferroviária de Garmisch-Partenkirchen, no Sul da Alemanha, com cartazes contra o tratado de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia e críticas à falta de ação dos países do G7 no combate às mudanças climáticas.
As autoridades alemãs estimam que até 8 mil manifestantes se reúnam nos próximos dias para protestar contra o G7. O esquema policial para a cúpula inclui mais de 22 mil agentes, barreiras de controle nas estradas e fechamento do espaço aéreo em um raio de 100 quilômetros ao redor do Castelo de Elmau, que vai sediar o encontro de chefes de Estado.