Governo grego entrega ao Parlamento propostas exigidas pelos credores
O governo da Grécia entregou hoje (14) no Parlamento as propostas legislativas com as condições exigidas pelos credores europeus para o terceiro resgate ao país. O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, tenta encontrar o apoio político necessário para a sua aprovação.
Cerca de 30 deputados do núcleo duro do Syriza, partido de esquerda anti-austeridade que sustenta o governo grego, ameaçam votar contra as reformas exigidas pelos credores internacionais. Com isso, Alexis Tsipras tenta apoio dos partidos da oposição (pró-europeus) para a aprovação do acordo.
No acordo que resultou da cúpula dos líderes da zona do euro, segunda-feira (13), ficou definido que Atenas tem até quarta-feira (15) para aprovar no Parlamento grego medidas como o aumento de impostos, a reforma do sistema de pensões e a legislação trabalhista. Fontes governamentais dizem que esse pacote legislativo deve ser aprovado apenas quinta-feira (16).
Só depois de ver aprovadas as medidas é que os outros 18 líderes da zona do euro darão início às negociações sobre o resgate que a Grécia receberá em troca das medidas de austeridade: um resgate de três anos de até 86 bilhões de euros, o terceiro em cinco anos.
Com grande parte do seu partido contra as medidas que terão de ser aprovadas, os dirigentes mais próximos de Tsipras tentaram convencer os mais céticos de que os cortes podem ser aliviados com medidas alternativas. Mas um número significativo de membros do partido nega-se a aceitar mais austeridade.
“A grande maioria do Syriza opõe-se a esse acordo. No que diz respeito às áreas do mercado de trabalho e das pensões, ele é pior do que os últimos dois resgates”, disse a vice-presidente do partido, Despoina Haralambidou.
Também o parceiro de coligação do Syriza, o partido nacionalista de direita Gregos Independentes já disse que não vai aprovar as medidas, mas que se mantém no governo.
De acordo com Tsipras, a “grande maioria do povo grego” vai apoiar o acordo, que inclui ajuda para aliviar o elevado peso da dívida do país e para ajudar o sistema bancário.
O pacote legislativo inclui dois artigos: a declaração conjunta da cúpula de líderes, divulgada segunda-feira, e uma lista de ações prioritárias que dizem respeito às medidas fiscais e da seguridade social.