Tribunal militar paquistanês condena seis à morte por ataque em Peshawar
Um tribunal militar especial paquistanês condenou à pena de morte seis homens envolvidos em um ataque de talibãs a uma escola em Peshawar, que provocou mais de 150 mortes em dezembro, anunciou hoje (13) o Exército, em comunicado.
Na sequência desse ataque, o mais grave na história moderna do Paquistão, o governo de Islamabad aboliu a suspensão da pena capital – em vigor desde 2008, e permitiu a criação de novos tribunais militares para julgar civis suspeitos de atos terroristas.
Desde então, 200 detidos que tinham sido previamente condenados à morte foram executados por enforcamento. A decisão foi fortemente criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU), pela União Europeia e por várias organizações de defesa dos direitos humanos. As críticas, no entanto, não fizeram com que as autoridades paquistanesas voltassem atrás.
A criação de novos tribunais militares, cujo modo de funcionamento permanece secreto, segundo advogados paquistaneses, tem sido objeto de intenso debate que envolveu o Supremo Tribunal na semana passada, quando a Corte apoiou a legalidade, apesar de informar que os condenados devem ter possibilidade de recorrer da sentença.
Hoje, uma semana após a decisão do Supremo Tribunal, os militares anunciaram a condenação de seis civis à pena de morte, por envolvimento no atentado de Peshawar (Noroeste do país), e de um sétimo por um ataque contra soldados em Karachi, a capital econômica do país.
Uma oitava pessoa, também acusada de envolvimento na matança de Peshawar, foi condenada à prisão perpétua por um dos novos tribunais.
"Os condenados têm direito a um processo justo e que respeita todas as formalidades legais e ainda acesso a uma ajuda legal para se defender”, diz comunicado divulgado por autoridades militares, ressaltando que as sentenças foram aprovadas pelo chefe das Forças Armadas, general Raheel Sharif.
Entre os seis condenados à morte estão Hazrat Ali, membro de um grupo jihadista que foi considerado culpado por ter recolhido fundos para o ataque e por envolvimento na morte de 23 paramilitares. Os outros cinco acusados também foram condenados pelo envolvimento no ataque de Peshawar e por operações contra as forças paquistanesas.