Israel anuncia novas medidas para conter onda de ataques palestinos
O governo de Israel anunciou hoje (14) novas medidas para tentar acabar com a onda de ataques palestinos, facilitando a licença de porte de armas para os israelenses e retirando a autorização de residência a alguns moradores de Jerusalém Oriental.
Para proteger os israelenses, o ministro da Segurança Interna, Gilad Erdan, escreveu na rede social Facebook que decidiu “facilitar as condições para conceder uma licença de porte de arma”.
Horas depois de a polícia ter estabelecido controles nos bairros palestinos da região de Jerusalém anexada, o ministro israelense do Interior, Silvan Shalom, disse que revogava o estatuto de residente dos palestinos que participaram de ataques contra judeus.
Uma onda de ataques, sobretudo esfaqueamentos, realizados por palestinos, levantou receio de uma revolta em larga escala.
Segundo fontes policiais, a onda de violência que afeta a região desde dia 1º já causou a morte de sete israelenses e de cerca de 30 palestinos, 11 dos quais após atentados.
“Dezenove atacantes de Jerusalém Oriental – penso ser esse o número mais ou menos – terão sua residência cancelada”, afirmou Shalom à rádio pública.
Cerca de 310 mil palestinos vivem em Jerusalém Oriental, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e posteriormente anexada numa medida que nunca foi reconhecida internacionalmente.
O Estado judeu concedeu a esses palestinos o estatuto de residente permanente, o que lhes permite acesso a benefícios sociais e de saúde. Se cumprirem determinadas condições, eles podem candidatar-se à cidadania plena, mas por razões políticas a maioria não o faz.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch informou que a revogação dos direitos de residência é “equivalente à deportação” e proibida pela lei internacional humanitária.
"Jerusalém Oriental é território ocupado sob a lei internacional. A deportação é estritamente proibida", disse à agência France Presse Srai Bashi, diretor da organização para a área Israel/Palestina.
Shalom acrescentou que o ministro da Justiça, Ayelet Shaked, está trabalhando em uma legislação que poderá impedir parentes de supostos atacantes mortos em incidentes de receber benefícios sociais.