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Internacional

Ex-presidente do Banco Central é o novo ministro da Fazenda da Argentina

Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 25/11/2015 - 21:13
Buenos Aires

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, definiu hoje (25) a maior parte dos integrantes do seu gabinete, que assumirá com ele no próximo dia 10 de dezembro. O ministro da Fazenda será Alfonso Prat-Gay, que, aos 37 anos, foi o presidente do Banco Central mais jovem da historia.

Prat-Gay assumiu a presidência do Banco Central em dezembro de 2002, no governo interino de Eduardo Duhalde (político peronista eleito pelo Congresso para administrar a Argentina depois da crise de 2001, que resultou no confisco das contas bancarias argentinas, na renúncia do então presidente Fernando de La Rua e na moratória da dívida externa).

Ele continuou no cargo com ex-presidente Nestor Kirchner, eleito em abril de 2003, mas não aceitou renovar seu mandato em setembro de 2004, por diferenças de opinião como então ministro da Economia, Roberto Lavagna.

Uma novidade do governo de Macri em relação aos anteriores foi substituir o poderoso Ministério da Economia por um gabinete econômico, integrado por seis ministros, entre eles Prat-Gay. 

Em rápida entrevista, Prat-Gay anunciou que, nas “primeiras semanas”, após a posse de Macri, o novo governo enviará ao Congresso um pacote de leis econômicas. Disse ainda que, antes de tomar decisões, é preciso avaliar que realidade irão encontrar.

Uma das questões que mais preocupa o novo governo é a quantidade de reservas do Banco Central. “As reservas caíram e são escassas: cerca de US$ 26 bilhões”, informou o economista Fausto Spotorno. “Dessa soma, apenas US$ 4 bilhões estão disponíveis para uso caso o governo precise.”

Segundo Spotorno, o governo precisa das reservas para cumprir a promessa de campanha e eliminar os controles cambiais impostos pela presidenta Cristina Kirchner em 2011, de modo a impedir a saída de divisas do pais. Prat-Gay afirmou hoje que os limites à compra de dólares serão eliminados “o quanto antes”.

“Se liberarem o câmbio, sem ter dólares no Banco Central, correm o risco de produzir uma desvalorização que incidirá na inflação, que já e alta”, alertou Spotorno. “Se não fizerem nada, não vão conseguir atrair os dólares que a Argentina tanto precisa. Ou seja, não ha muita opção”, acrescentou o economista.

O candidato de Macri para a presidência do Banco Central é o economista Federico Sturzenegger. Entretanto, o mandato do atual presidente, Alejandro Vanoli, é até 2019 e ele já disse que quer continuar. Para Vanoli, se o objetivo do governo é preservar a independência da instituição financeira, Macri deveria deixá-lo onde está.

Maurício Macri vai manter o ministro de Ciência e Tecnologia do atual governo, Lino Barañao. “Macri sempre destacou seu trabalho”, afirmou o chefe de gabinete do presidente eleito, Marcos Peña, que anunciou os nomes dos escolhidos.

De acordo com Peña, Macri prometeu trabalhar com “os melhores” e o fato de ter mantido um funcionário da presidente Cristina Kirchner, por causa de seus méritos, é sinal de novos tempos.

Marcos Peña também anunciou a criação do Miinistério da Modernização, que será responsável pela estruturaração e modernização do setor publico. Na véspera, Macri ja havia anunciado em sua página do Facebook o nome da nova chanceler Susana Malcorra, atual chefe de gabinete do secretário-Geral das Nacoes Unidas, Ban Ki-moon.

Novo gabinete

Ministro da Fazenda e Financas: Alfonso Prat-Gay
Ministro do Interior: Rogelio Frigerio
Chanceler: Susana Malcorra
Ministro da Producao: Francisco Cabrera
Ministro do Transporte: Guillermo Dietrich
Ministro da Defesa: Julio Martinez
Ministra da Seguranca: Patrícia Bullrich
Ministro da Justica: German Garavano
Ministro da Cultura: Pablo Avelluto
Ministro da Educacao: Esteban Bullrich
Ministro da Saude: Jorge Lemus
Ministra do Desenvolvimento Social: Carolina Stanley
Ministro das Minas e Energia: Juan José Aranguen
Ministro das Comunicacoes: Oscar Aguad
Ministro do Meio Ambiente:  rabino Sérgio Bergman
Miinistro Meios Publicos: Hernan Lombardi
Ministro da Agricultura: Ricardo Buryaile
Ministro da Ciencia e Tecnologia: Lino Barañao
Ministro da Modernizacao: Andres Ibarra
Ministro do Turismo: Gustavo Santos