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Internacional

Parlamento da Venezuela suspende sessão declarada nula pelo Supremo Tribunal

Da Agência Lusa
Publicado em 12/01/2016 - 15:12
Caracas
epa05090732 A general view of the National Assembly session in Caracas, Venezuela, 06 January 2016. After their emphatic victory in the 06 December parliamentary elections in Venezuela, the opponents of the socialist government took power on 05 January in the National Assembly. In a turbulent inaugural session, the deputies took their oaths, leaving President Nicolas Maduro's socialists out of the majority in the parliament for the first time in 16 years.  EPA/MIGUEL GUTIERREZ
© EPA/MIGUEL GUTIERREZ/Proibida reprodução

O Parlamento da Venezuela suspendeu hoje (12) a sessão que deu posse a três deputados banidos pelo Supremo Tribunal do país. Ontem, a Corte da Venezuela havia declarado as decisões da Assembleia Nacional nulas, enquanto os três membros da oposição permanecessem como deputados.

O presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, um feroz opositor do presidente Nicolás Maduro, declarou que faltava à Assembleia Nacional quórum para dar prosseguimento aos trabalhos e suspendeu a sessão até amanhã (13) de manhã.

Para a oposição venezuelana, é "impossível acatar" a decisão do STJ. "Não existe forma alguma de acatar ou executar esta sentença, absolutamente política e nada jurídica", disse o vice-presidente da Assembleia Nacional, Simón Calzadilla.

Nesta terça-feira, o STJ declarou nulos os atos do Parlamento, depois de três deputados que se opõem ao governo de Nicolás Maduro terem assumido o mandato, apesar de suspensos por aquela Corte, devido a dúvidas em seu processo de eleição. Segundo Calzadilla, trata-se de "uma sentença inútil, como a anterior", que pode ser parte de um plano político do Partido Socialista Unido da Venezuela para desviar a atenção dos problemas do país. Para ele, o governo acabou e é hora de mudar. Calzadilla disse que a única possibilidade de continuar é o governo dar um golpe no Parlamento.

"Ordena [o STJ] à Junta Diretiva da Assembleia Nacional deixar sem efeito o referido juramento e, em consequência, proceder à desincorporação imediata dos cidadãos Norma Guarulla, Júlio Garon Ygarza e Romel Guzamana, a qual deverá verificar-se e deixar constância em sessão ordinária de dito órgão legislativo nacional", diz a sentença. A decisão foi tomada pela Sala Eleitoral, um dos seis órgãos que compõem o tribunal, e está na página institucional daquele organismo na internet.

Segundo o STJ, são "nulos, absolutamente, os atos da AN, que tenham sido ditados ou se ditem, enquanto se mantiver a incorporação dos cidadãos sujeitos à decisão".

A aliança opositora Mesa de Unidade Democrática obteve, nas eleições de 6 de dezembro, a primeira vitória em 16 anos, conquistando 112 das 167 cadeiras do Parlamento, uma maioria de dois terços que lhe confere amplos poderes e marca uma virada histórica contra o regime chavista. O STJ mandou suspender a proclamação de três parlamentares da oposição e um do governo no dia 31 de dezembro último. Com isso, 109 deputados da oposição e 54 do Partido Socialista Unido da Venezuela foram proclamados para assumir funções no dia 5 deste mês.

O texto foi ampliado às 17h