Igreja Luterana condena lei que nega serviços a homossexuais no Mississippi
A Igreja Evangélica Luterana na América (Elca), nos Estados Unidos, considera discriminatória a nova lei aprovada pelo estado norte-americano de Mississippi, que permite indivíduos e instituições recusarem-se a prestar serviços a casais homossexuais, se isso violar crenças religiosas sobre casamento e sexo.
“[A Lei de Liberdade Religiosa] provavelmente [vai] incentivar a discriminação contra gays, lésbicas...”, disse à Agência Brasil o bispo Julian Gordy, da Elca. A medida permite que um restaurante, por exemplo, recuse-se a atender esse público.
A Elca coordena as atividades da Igreja Luterana na parte Sudeste dos Estados Unidos, que inclui o estado de Mississippi. A Igreja Evangélica Luterana na América é a maior igreja luterana na América do Norte: tem mais de 3,7 milhões de integrantes espalhados em 9,3 mil congregações nos 50 estados do país e também na região do Caribe.
“Essa legislação infeliz não foi apoiada nem pela Igreja Evangélica Luterana na América nem por qualquer outro organismo da igreja, que eu esteja ciente”, acrescentou o bispo Julian Gordy.
Segundo o bispo, líderes da Igreja Luterana pediram – sem sucesso – ao governador do Mississippi, Phil Bryant, para vetar a lei. “Pedimos isso porque nossa igreja tem apoiado fortemente a igualdade de direitos para todas as pessoas, independentemente de raça, sexo, religião, origem étnica ou orientação sexual.”
Sanções econômicas
Além da condenação da Igreja Luterana, existe a possibilidades de grupos econômicos anunciarem cortes de investimentos no Mississippi, assim como ocorreu na Carolina do Norte, caso o governador Phil Bryant não revogue a lei.
Há duas semanas, quando o governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, assinou uma lei que eliminou proteções contra a discriminação de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, a empresa de pagamentos online PayPal anunciou que estava cancelando um investimento de US $ 3,6 milhões em Charlotte, a maior cidade do estado. Várias empresas se pronunciaram contra a nova lei da Carolina do Norte e anunciaram que estão estudando a hipótese de cortar investimentos.
A decisão do governador teve o objetivo de ignorar portaria municipal de Charlotte, que permitia que pessoas transexuais pudessem usar banheiros de acordo com o sexo com que se identificam.