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Internacional

Trump rebate questionamento duro feito por juízes da Califórnia ao seu governo

José Romildo - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 08/02/2017 - 15:58
Washington
Donald Trump discursa durante cerimônia de posse como presidente dos Estados Unidos
© Paul J. Richards/AFP/Direitos Reservados

Um dia depois de o governo dos Estados Unidos ser duramente questionado por três juízes da Corte Federal de Apelação de São Francisco, na Califórnia, por ter assinado uma ordem executiva proibindo a entrada nos EUA de pessoas provenientes de sete países muçulmanos, o presidente Donald Trump rebateu a atitude dos magistrados e classificou as perguntas de "políticas".

Durante um discurso para funcionários da polícia, em Washington, capital, nesta quarta-feira (8), Trump disse que são "vergonhosos" os argumentos apresentados por quem se manifestou contra o seu veto.

Na noite de ontem (7), durante audiência acompanhada com grande interesse pela mídia norte-americana, a Corte de São Francisco - conhecida pelo nome de Nono Circuito, por abranger uma região do Oeste e Noroeste dos Estados Unidos - ouviu os argumentos do governo federal em favor do restabelecimento do veto. O tribunal ouviu também as razões da Procuradoria do Estado de Washington, responsável pelo questionamento jurídico que colocou Trump pela primeira vez na defensiva, desde que ele assumiu a Presidência em 20 de janeiro.

No fim da audiência, a comissão informou que deve resolver ainda esta semana se mantém a decisão da primeira instância, que suspendeu a medida, ou se restabelece o veto para a entrada de refugiados e cidadãos provenientes de sete nações muçulmanas.

Nesta quarta-feira (8), Trump comentou o questionamento que os juízes fizeram à sua proibição. "Eu ouvi coisas que eu não podia acreditar, coisas que realmente não tinham nada que ver com o que eu [defendo]. Eu jamais gostaria de chamar a corte de tendenciosa, então eu não vou chamá-lo de tendenciosa. E ainda não tivemos uma decisão. Mas... seria tão grandioso para o nosso sistema de Justiça que eles fossem capazes de ler uma declaração [a ordem executiva] e fazer o que é certo".

Trump disse também que a ordem executiva está dentro de suas atribuições como presidente. Mesmo "um mau estudante de escola secundária entenderia isso", acrescentou.

Ordem polêmica

A ordem executiva assinada por Trump em 27 de janeiro suspende todo o sistema de admissão de refugiados dos EUA por 120 dias. Também suspende indefinidamente o programa de acolhimento de refugiados da Síria e proíbe a entrada nos Estados Unidos, por 90 dias, de pessoas de sete países: Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

A ordem de Trump foi a primeira a ser anulada por um tribunal de primeira instância. O veto à entrada de refugiados e cidadãos de países muçulmanos também provocou movimentos de protesto de cidadãos americanos e imigrantes, em solidariedade às pessoas prejudicadas pela ordem.