Venezuela ameaça deixar OEA caso Conselho Permanente se reúna sem aval do país
A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que seu país vai deixar a Organização de Estados Americanos (OEA) caso o órgão realize uma reunião de chanceleres sem o aval dos venezuelanos. A declaração da ministra ocorreu logo depois de o Conselho Permanene da OEA emitir comunicado convocando para uma reunião extraordinária hoje (26). As informações são da Agência EFE.
"Se for realizada alguma reunião de chanceleres da OEA que não conte com o aval, com o consentimento do governo da Venezuela, eu recebi uma ordem do chefe de Estado, Nicolás Maduro, de iniciar o processo de saída da Venezuela desta organização", disse Delcy Rodríguez ontem (25) ao canal estatal VTV.
A ministra disse que o governo venezuelano "repudia" qualquer espaço que tenha que ver "com a atuação da OEA na Venezuela" depois de saber que alguns governos convidaram para uma reunião do Conselho Permanente extraordinário.
Delcy disse que a Venezuela não continuará "permitindo violações da lei, violações das instituições, arbitrariedades que ultrapassam qualquer muro da moral, da ética" que devem manter as nações desta organização.
A ministra venezuelana disse que esta é uma "advertência" que Maduro faz à comunidade nacional e internacional, pois não vai permitir que continue a atuação de uma "coligação de governos com um viés político ideológico abertamente conhecido contra a Venezuela".
Delcy Rodríguez disse que a OEA "foi desqualificada" pela atuação de seu secretário geral, Luis Almagro, que tem "intervindo em qualquer assunto que se refere à Venezuela".
Reunião
Antes do pronunciamento da ministra, o Conselho Permanente da OEA emitiu comunicado convocando uma sessão nesta quarta para debater a possibilidade de consultar chanceleres para tratar de questões relativas à Venezuela.
No último dia 3, a OEA aprovou uma resolução que reconhecia que houve na Venezuela "grave alteração inconstitucional da ordem democrática".
A Venezuela atravessa uma onda de protestos contra o governo que teve início há três semanas e já deixou 29 mortos, cerca de 430 feridos e mais de 1 mil detidos, dos quais 65 permanecem presos.