ONU afirma que Assad "deveria escutar" ameaça de Trump sobre a Síria
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira (28) que o líder sírio, Bashar al Assad, "deveria escutar e levar a sério” a ameaça feita na segunda-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que responderá militarmente se houver um novo ataque químico na Síria.EFE
"Acredito que foi uma advertência séria, e acredito que as advertências sérias deveriam ser escutadas", disse Guterres, em resposta à pergunta de um jornalista, antes de reunir-se hoje em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
A Casa Branca havia alertado na segunda-feira sobre "potenciais preparativos" do regime de Assad para um novo ataque com armas químicas na Síria, e advertiu que, se isso ocorrer, o governante e as suas forças armadas "pagarão um alto preço".
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, sugeriu hoje que a ameaça de Trump já deteve os supostos planos de Assad de lançar um novo ataque químico sobre a sua população. "Posso dizer-lhe que, graças às ações do presidente, não vimos um incidente. Gosto de pensar que o presidente salvou muitos homens, mulheres e meninos inocentes", afirmou Haley durante uma audiência perante o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes dos EUA.
O Pentágono indicou ontem que acreditava Assad estava preparando o seu ataque na base aérea de Al Shayrat, a mesma que foi bombardeada pelo exército americano no último dia 7 de abril em represália por outro ataque com armas químicas que Washington também atribuiu a Damasco.
A Rússia protestou perante a advertência de Trump, por considerar "inaceitável" qualquer ameaça dos EUA contra a "liderança legítima" da Síria, e lembrou que não houve uma investigação internacional imparcial que estabelecesse que o ataque de abril foi de fato efetuado pelo regime de Damasco.
Por sua parte, Trump tentou solicitar o apoio dos seus aliados para sua postura na Síria, e, em sua conversa por telefone ontem (27) com o presidente francês, Emmanuel Macron, ambos concordaram na "necessidade de trabalhar para uma resposta comum em caso de ataque químico na Síria".