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Internacional

Secretário do Conselho de Defesa da Venezuela renuncia

Da EFE
Publicado em 13/06/2017 - 08:57
Caracas

O major-general Alexis López Ramírez renunciou ao cargo de secretário do Conselho de Defesa da Nação, o órgão máximo consultivo do governo da Venezuela por discordar do processo de Constituinte convocado pelo presidente Nicolás Maduro. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) à Agência EFE por uma fonte do Executivo.

O militar acumulava o cargo de secretário do Conselho de Estado da Venezuela desde 7 de julho de 2014 por decisão de Maduro e antes tinha sido comandante-geral do Exército.

O jornalista e ex-embaixador venezuelano Vladimir Villegas afirmou no Twitter que López Ramírez renunciou por discordar da decisão de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte.

López Ramírez também foi chefe da Casa Militar do ex-presidente Hugo Chávez. O major-general participou, ao lado de Chávez, da fracassada tentativa de golpe de Estado em 1992 contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.

O Artigo 323 da Constituição da Venezuela diz que o Conselho de Defesa da Nação é "o órgão máximo de consultoria para o planejamento e assessoria do Poder Público nos assuntos relacionados com a defesa da nação, a sua soberania e a integridade de seu espaço geográfico".

Assembleia Constituinte

A Assembleia Nacional Constituinte, convocada por Maduro no último dia 1º de maio, tem como objetivo redigir uma nova Carta Magna para substituir a atual.

Vários chavistas distanciados do governo de Maduro são críticos da convocação da Constituinte. Uma das principais vozes opostas à medida é a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que defende que a população deve ser consultada sobre a mudança do ordenamento jurídico do país.

A eleição dos mais de 500 representantes da Assembleia Constituinte será realizada no próximo dia 30 de julho. O texto que eles aprovarem deverá ser submetido a um referendo para sua aprovação antes de ser considerado a nova Constituição.

Desde o último dia 1º de abril, a Venezuela vive uma onda de protestos contrários e favoráveis ao governo. Alguns deles terminaram em violência e repressão policial. O número de mortos já chega a 67, com mais de mil feridos.