Kenji Fujimori é suspenso por 60 dias das atividades de seu grupo parlamentar
O grupo parlamentar Força Popular suspendeu por 60 dias o congressista peruano Kenji Fujimori por "condutas indevidas permanentes, reiteradas e planejadas". Kenji é filho do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso após ser condenado por crimes contra a humanidade.
Congressista mais votado nas eleições do ano passado, Kenji Fujimori publicou no Twitter mensagens que geraram "um grave dano à imagem" da bancada, ferindo a unidade, a fraternidade, os princípios e valores do grupo, afirma a Força Popular em comunicado, segundo a agência Télam.
"Tem o direito legítimo de exercer sua liberdade de expressão e divergir, mas esse exercício não justifica o uso de adjetivos degradantes", descatou o comunicado, reproduzido pela EFE. A bancada alertou ao menor dos Fujimori para refletir "sobre a importância do cumprimento dos princípios de compromisso, coesão, coerência e democracia".
Durante o tempo de sanção, Kenji Fujimori não poderá votar nas reuniões internas do grupo parlamentar, mas continuará participando normalmente das sessões plenárias do Congresso.
Depois de tomar conhecimento da punição, o congressista publicou ironicamente no Twitter um trecho da última cena do filme Sociedade dos poetas mortos, quando os alunos protestam após a expulsão do professor John Keating.
Durante os últimos meses, Kenji Fujimori manifestou posições contrárias às do grupo, principalmente quando os congressistas fujimoristas votaram pela anulação de um decreto legislativo do governo que endurecia as penas para crimes de ódio e de violência doméstica, familiar e de gênero.
O congressista também tinha criticado duramente sua bancada por votar contra a criação de uma comissão parlamentar para investigar supostos abusos e violações sexuais a menores de idade por um grupo católico.
Em entrevistas na televisão, Kenji tem sugerido trocas de assessores do grupo Força Popular, liderado por sua irmã, Keiko Fujimori, depois de ela perder duas vezes no segundo turno das eleições presidenciais, em 2011 e 2016.
No último pleito, Kenji Fujimori não votou e, dias antes, afirmou que se candidataria à presidência do Peru em 2021 caso sua irmã não se elegesse no ano passado.