Hiroshima lembra 72 anos da bomba, com apelo ao desarmamento nuclear
Os habitantes de Hiroshima, no Japão, lembraram hoje (6), em uma cerimônia no Parque da Paz, os 72 anos da ativação da bomba sobre a cidade. Os presentes na solenidade iniciaram a solenidade com um minuto de silêncio, às 8h15 do fuso local, horário em que a aeronave norte-americana B-29 Enola Gay arremessou, em 1945, a bomba Little Boy. As informações são da Agência EFE.
Diante de representantes de cerca de 80 países e da União Europeia, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, pediu a todos os governantes mundiais que apoiem o tratado adotado por 122 membros das Nações Unidas para proibir as armas nucleares. Inédito por sua abrangência global, o acordo foi oficializado no começo deste mês.
"É o momento em que todos os governos devem lutar para avançar rumo a um mundo livre de armas nucleares", disse o prefeito.
A cerimônia contou com a participação de representantes de cerca de 80 países e da União Europeia, entre eles potências nucleares como Reino Unido, França, Estados Unidos e Rússia.
A subsecretária geral das Nações Unidas e alta representante para o desarmamento, a japonesa Izumi Nakamitsu, afirmou que os sobreviventes do bombardeio atômico de Hiroshima "enviam uma mensagem heroica ao mundo e uma lembrança dos devastadores efeitos destas armas", em uma mensagem lida em nome do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
Lançado pelos Estados Unidos, o artefato tinha 16 quilotons de força. Cada quiloton equivale à energia liberada por 1 mil toneladas de TNT, um explosivo capaz de atravessar o ar em velocidades supersônicas. Dos seus 4 mil quilos, apenas dez eram de Urânio-235.
A bomba matou cerca de 140 mil pessoas. Oitenta mil foram mortas imediatamente.
Três dias após o ataque sobre Hiroshima, em 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma segunda bomba nuclear sobre a cidade de Nagasaki, o que levou à capitulação do Japão seis dias mais tarde e pôs fim à Segunda Guerra Mundial.
Os ataques atômicos sobre ambas as cidades japonesas foram os únicos deste tipo executados até hoje.
Em março passado o número total de "hibakusha" ou sobreviventes dos bombardeios nucleares em Hiroshima e Nagasaki era de 164.621, comparado com os 372.264 que havia em 1980, e a sua idade média era de 81,4 anos.