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Internacional

Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares ganha Nobel da Paz

O movimento, que atua em mais de 100 países, motivou a assinatura do
Da EFE*
Publicado em 06/10/2017 - 07:27
Copenhague
O Comitê de direção da Ican dá uma coletiva de imprensa depois da organização de ter sido premiada como o Prêmio Nobel da Paz
© EFE/Martial Trezzini

Ativistas carregam faixa que pede a abolição das armas nucleares

Ativistas da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês) protestam contra uma base norte-americana em Alice Spring, Austrália, em setembro de 2016Arquivo/Tim Wright/EFE

A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês) foi premiada, nesta sexta-feira (6), com o prêmio Nobel da Paz, anunciou o Comitê Nobel Norueguês, alertando sobre as "consequências humanitárias catastróficas" desses arsenais e pelos seus esforços para fazer um tratado que os proíbe. A informação é da agência EFE.

Esta união de associações que estende por 100 países foi uma "força motriz" e um "ator líder da sociedade civil" do movimento contra as armas nucleares e juntou esforços para "estigmatizar, proibir e eliminar" este tipo de armamento, diz a argumentação do prêmio.

O Comitê enfatizou o "sofrimento humano inaceitável" como um "argumento importante" para a proibição de armas e enfatizou que outras armas menos destrutivas, como as minas antipessoais, bombas de fragmentação e armas químicas e biológicas já foram proibidas por diferentes tratados.

O Nobel destacou que no dia 7 de julho deste ano, 122 países assinaram um tratado internacional contra a proliferação nuclear, mas lamentou que nenhum dos "países que têm armas nucleares, nem seus aliados" ratificaram, ainda que Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China tenham dado um primeiro passo neste sentido.

Este prêmio, acrescentou a decisão, é "também um apelo" a estes países para que iniciem "negociações sérias" para a eliminação das 15 mil "armas nucleares existentes em todo mundo".

O Comitê de direção da Ican dá uma coletiva de imprensa depois da organização de ter sido premiada como o Prêmio Nobel da Paz

O Comitê de direção da Ican dá uma coletiva de imprensa depois da organização de ter sido premiada como o Prêmio Nobel da Paz EFE/Martial Trezzini

A ICAN sucede, no prêmio, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que foi homenageado pelos seus "decididos esforços" para levar a paz ao seu país, após 52 anos de conflito armado. A decisão foi anunciada dias após o "não" vencer no referendo colombiano sobre os acordos com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O anúncio deste ano foi a estreia da presidente do Comitê Nobel Norueguuês, Berit Reiss-Andersen, que assumiu o cargo após a morte de Kaci Kullmann Five, ex-líder conservadora norueguesa, em fevereiro deste ano.

O prêmio da Paz fecha os anúncios do Nobel esta semana, que foi aberto na última segunda-feira (2) com o de Medicina aos cientistas americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, por descobrir os mecanismos do chamado relógio biológico.

Ontem (5) foi a vez da Literatura, que foi para o escritor britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, reconhecendo a força "emocional" de seus romances. Na próxima segunda (9) será conhecido o vencedor do prêmio Nobel de Economia.

A entrega da premiação acontecerá no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador dos prêmios, Alfred Nobel, em uma dupla cerimônia na Câmara Municipal de Oslo, onde será entregue o da Paz, e no Konserthus, de Estocolmo, para o resto dos prêmios.

*É proibida a reprodução total ou parcial desse material. Direitos Reservados. Matéria ampliada às 7h42