Militantes paraguaios vão às urnas escolher candidatos para eleições de 2018
Cerca de 3,5 milhões de paraguaios filiados aos principais partidos políticos do país vão as urnas hoje (17) em eleições primárias para escolher seus candidatos à Presidência, Vice-presidência e para o Congresso nas eleições gerais de 2018, que serão disputadas em 22 de abril.
As urnas foram abertas às 7h (horário local, 8h de Brasília) e serão fechadas dez horas mais tarde. O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) calcula que 28.531 pré-candidatos concorrem nas primárias.
Ao final da votação estarão definidos os nomes dos pré-candidatos escolhidos pelos filiados para a Presidência, Vice-presidência e governos dos 17 departamentos.
Os mandatos no país vizinho, tanto para a presidência quanto para o parlamento têm duração de cinco anos. Polarizam a disputa à corrida presidencial, o Partido Colorado, conservador, e o Partido Liberal.
O Colorado, com dois milhões de filiados, atualmente ocupa a presidência do Paraguai. Pela legenda devem concorrer o senador Mario Abdo Benítez, o ex-ministro de Fazenda Santiago Peña e Alfredo Doldoan.
Os dois primeiros contam com o apoio do atual presidente paraguaio, Horacio Cartes, que se apresenta nestas eleições internas como pré-candidato ao Senado.
Já o Partido Liberal, com mais de um milhão de militantes, terá como pré-candidatos para disputar a presidência Efraín Alegre, presidente do partido; Carlos Mateo Balmelli, antigo presidente do Congresso; Meliton Cortessi e Hermínio Dias Rivas.
Os dois partidos têm se revezado na condução do poder no país, controlando também o parlamento. A polarização só foi quebrada, uma vez, quando a Aliança Patriótica, coligação de vários partidos políticos de centro-esquerda, elegeu Fernando Lugo presidente em 2008.
No ano passado, a Justiça eleitoral paraguaia decidiu, a partir de uma ação protocolada pelo Partido Colorado contra a candidatura de Lugo, que o ex-presidente não poderia ser mais candidato. A Corte justificou o impedimento argumentando que como a reeleição no país é proibida, Lugo não poderia pleitear novamente a vaga.
O ex-presidente foi destituído do cargo em junho de 2012, uma semana depois do massacre de Curuguaty, no qual morreram 17 pessoas em um confronto entre policiais e camponeses. Na ocasião organismos internacionais como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) consideraram o processo de impeachment irregular.
Em razão disso, o Paraguai chegou a ser suspenso do Mercosul, após o bloco considerar que houve uma "quebra da ordem democrática" no país.
*Com informações da EFE