Mundo está perdendo a batalha contra a mudança climática, alerta Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron, fez hoje (12) uma avaliação desoladora da luta global contra a mudança climática a dezenas de líderes mundiais e empresariais durante reunião de cúpula na capital francesa sobre o Acordo de Paris. A informação é da agência Reuters.
"Estamos perdendo a batalha. "Não estamos nos mexendo rápido o suficiente. Todos nós precisamos agir", disse Macron, procurando injetar sangue novo em um esforço coletivo para a mudança climática que enfraqueceu no meio do ano, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de seu país do acordo climático, firmado dois anos atrás.
A ciência moderna está revelando a cada dia o perigo que o aquecimento global representa ao planeta, afirmou Macron, exortando os chefes de Estado, ministros e executivos reunidos a iniciarem uma nova fase do combate ao aquecimento global – apesar de nenhum compromisso internacional de caráter obrigatório ser anunciado na cúpula de hoje, denominada "Um Planeta".
Estratégias ecológicas
O foco está na maneira como instituições financeiras de financiamento público e privado podem mobilizar mais dinheiro e como investidores podem pressionar grandes corporações a adotar estratégias mais ecológicas. Mais de 200 investidores institucionais com 26 trilhões de dólares em ativos administrados disseram hoje que intensificarão a pressão para que os maiores emissores corporativos de gases de efeito estufa do mundo combatam a mudança climática.
Isso, dizem, seria mais eficiente do que ameaçar cancelar seus investimentos em empresas energéticas, como a Exxon Mobil, Coal India, Gazprom, e China Petroleum & Chemical Corp. Separadamente, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que está "encarando positivamente" planos de reduzir os requisitos de capital feitos por bancos a investimentos com viés ecológico, na tentativa de fortalecer a economia verde.
A ação poderia ser parte de uma série mais abrangente de medidas que a União Europeia pretende apresentar em março de 2018 para atingir a meta de cortar as emissões de carbono em 40% até 2030, para a qual se estima que cerca de 180 bilhões de euros em investimentos adicionais de baixa geração de carbono são necessários por ano.
Desastres globais
A mudança climática está causando enchentes, secas, tempestades e ondas de calor mais frequentes e severas em todo o mundo, já que as temperaturas globais médias estão batendo novos recordes, o gelo marítimo está derretendo no Ártico e o nível dos mares está se elevando.
Nações em desenvolvimento dizem que as ricas não estão alinhadas a um compromisso abrangente do Acordo de Paris, que data de 2009: o de providenciar 100 bilhões de dólares por ano até 2020 – dos setores público e privado – para ajudá-las a trocar os combustíveis fósseis por fontes de energia mais limpas e se adaptarem aos efeitos da mudança climática.
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