OLP critica mudança da Embaixada da Guatemala de Tel Aviv para Jerusalém
A decisão da Guatemala de, a exemplo do que fez o governo dos Estados Unidos (EUA), anunciar a transferência de sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém foi repudiada pelo secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, informou o porta-voz da OLP, Xavier Abu Eid. Por outro lado, o anúncio guatalmateco foi alvo de elogios por parte do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do governo norte-americano.
"O anúncio do presidente da Guatemala é uma vergonha e um insulto aos princípios do direito internacional, um obséquio à violação dos direitos humanos e às resoluções da ONU [Organização dos Estados Unidos] e um ataque hostil e direto aos direitos do povo palestino", declarou Erekat.
"Consideramos este um ato hostil e vamos trabalhar diretamente com todos os nossos aliados, tanto regionais na América Latina quanto no resto do mundo e, principalmente, no mundo árabe, para deixar claro que a Palestina não aceitará esta decisão ilegal", acrescentou o porta-voz da OLP.
Erekat comentou que o presidente da Guatemala fez o anúncio na véspera de Natal, "sem sequer considerar a voz do papa Francisco e das igrejas de Jerusalém que se opuseram firmemente a esse ato de ilegalidade promovida pelo presidente [norte-americano] Donald Trump".
Em discurso que rompia com a tradição política americana e desafiava as advertências internacionais, Trump reconheceu, no dia 6 de dezembro, Jerusalém como a capital de Israel e anunciou a transferência da embaixada para esta cidade, o que enfureceu os palestinos e gerou distúrbios e conflitos que causaram a morte de 13 palestinos até agora.
A decisão do governo da Guatemala foi elogiada pelo governo dos EUA e por Netanyahu. "Aplaudimos a decisão histórica do presidente Jimmy Morales e do governo da Guatemala de transferir a sua embaixada em Israel para a cidade de Jerusalém", publicou a embaixada norte-americana no Twitter.
"Deus te abençoe, meu amigo, presidente [da Guatemala, Jimmy] Morales", disse Netanyahu, após a comunicação do governo guatemalteco de que tinha ordenado à chancelaria a mudança da missão diplomática do país, de Tel Aviv para Jerusalém.
A Guatemala foi um dos nove países que votaram junto com os Estados Unidos, na semana passada, na Assembleia Geral da ONU, em uma resolução não vinculativa que denunciava o reconhecimento do presidente americano, Donald Trump, de Jerusalém como a capital de Israel.
A resolução passou por maioria de votos, e a ONU declarou a ação americana "nula e vazia". Além da Guatamala, Israel, Honduras, as Ilhas Marshall, a Micronésia, Nauru, Palau e Togo votaram a favor dos EUA.
Israel conquistou Jerusalém da Jordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a considera capital única do país, enquanto os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado da Palestina.
*Com informações da Agência EFE
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