Procurador-geral dos EUA culpa sistema migratório por ataque em Nova York
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirmou nesta terça-feira (12) que as políticas de imigração fracassadas causam ataques terroristas como o registrado ontem em Nova York e avaliou que o governo de Donald Trump deve continuar apostando em um sistema baseado em méritos e que priorize aqueles que falam inglês.
O titular do Departamento de Justiça fez essas declarações em Baltimore, durante uma entrevista coletiva conjunta com a nova secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen.
"Não podemos esperar mais. Como os eventos de ontem nos mostraram nos termos mais claros: os erros do nosso sistema de imigração são um problema de segurança nacional", afirmou Sessions, um dos integrantes do governo Trump que mais defende a mudança.
O procurador-geral fazia referência à condição migratória de Akayed Ullah, um jovem de Bangladesh que detonou ontem um artefato caseiro na principal rodoviária de Nova York e que tinha chegado aos EUA em 2011, após receber visto para reencontrar sua família.
Sessions criticou o sistema que permitiu que o jovem entrasse nos EUA apenas porque sua família já estava no país.
Atropelamento
Além disso, o procurador-geral falou sobre Sayfullo Saipov, o imigrante uzbeque que, em outubro, atropelou e matou oito pessoas em Manhattan. Ele tinha chegado aos EUA graças a uma loteria de vistos que podem ser solicitados por cidadãos de países com baixas taxas de imigrantes no território americano.
"Nos últimos dois meses, vimos dois ataques terroristas na cidade de Nova York feitos por homens que chegaram aqui como resultado de políticas de imigração falidas", criticou Sessions.
O ex-senador aproveitou o ataque de ontem para relançar a proposta migratória feita em outubro por Trump. O projeto propõe acabar com o princípio de reagrupamento familiar e implementar um mecanismo de méritos na concessão de vistos.
"O presidente propôs acabar com a imigração em cadeia e mudá-la para um sistema baseado em méritos, como no Canadá e na Austrália. Isso significa dar boas-vindas aos melhores e mais brilhantes, rejeitando assim terroristas e criminosos", completou.
"Devemos dar prioridade àqueles que prosperarão aqui, como aqueles que falam inglês ou são altamente capacitados, não alguém escolhido por acaso ou que seja parente de alguém", explicou.
Para embasar seu ponto de vista, Sessions afirmou que, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, o governo dos EUA processou mais de 500 pessoas por crimes relacionados com terrorismo. Do total, 75% deles tinham nascido no exterior.
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