Rússia fecha acordo para trégua em reduto opositor nos arredores de Damasco
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que a Rússia, principal aliada do governo da Síria, chegou a um acordo nesta sexta-feira (26) com facções de Ghouta Oriental, reduto opositor nos arredores de Damasco, para estabelecer um cessar-fogo na região. As informações são da EFE.
A fonte destacou que o fim das hostilidades entre os grupos opositores que atuam no local, a Legião da Misericórdia e o Exército do Islã, e as forças governamentais sírias entrará em vigor a partir da próxima meia-noite.
O Observatório salientou que o pacto também inclui, mas não oficialmente, o Organismo de Libertação do Levante, a aliança da ex-filial síria da Al Qaeda, que também atua em Ghouta Oriental.
Para aceitar a trégua, a Legião da Misericórdia impôs como condição à Rússia que a ajuda humanitária entre na região e fixou um prazo máximo de 48 horas para que isto aconteça, caso contrário, não cumprirá o pacto, indicou a ONG.
Em declarações à Agência EFE pela internet, o comandante da sala de operações do opositor Exército Livre Sírio (ELS) em Damasco e sua periferia, Abu Zuheir al Shami, explicou que, mais que um pacto, "isto é um acordo de princípios".
"O cessar-fogo começará esta noite, mas não esperamos que dure mais de uma hora", disse Al Shami, que expressou sua desconfiança para o grau de compromisso por parte das forças governamentais.
Por outro lado, Al Shami negou que o Organismo de Libertação do Levante faça parte do acordo.
"Essa organização não tem mais de cem combatentes em Ghouta Oriental, não afeta nem positiva nem negativamente e não está incluída em nenhum acordo", concluiu.
Além disso, confirmou que receberam garantias de que a entrada de ajuda humanitária na região ocorrerá durante as primeiras 48 horas após a entrada em vigor da cessação das hostilidades.
Este pacto coincide com a realização de negociações de paz sobre a Síria em Viena, promovidas pela ONU, e das quais participaram delegações do Executivo de Damasco e da oposição.
No passado, Ghouta Oriental, onde vivem 400 mil pessoas cercadas por soldados do governo, foi palco de várias tréguas que sempre terminaram com a volta da violência.
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