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Internacional

Suprema Corte dos EUA rejeita dois recursos de defensores de armas

Da Agência EFE
Publicado em 20/02/2018 - 17:29
Washington
PM do Rio apreende armamento pesado em operação na Rocinha (Divulgação/Polícia Militar do Rio)

A Associação Nacional do Rifle dos EUA gasta milhões de dólares em campanhas a favor das armas Divulgação/Polícia Militar do Rio/Arquivo

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta terça-feira (20) a apreciação de dois casos sobre restrição de armas de fogo e deixou intacta uma lei da Califórnia que impõe um período de espera de dez dias para as pessoas que desejam comprar armas naquele estado. A informação é da agência EFE.

O pronunciamento da Suprema Corte se referiu a recursos apresentados pela Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o maior grupo de pressão contrário ao controle de armas de fogo nos EUA e que gasta milhões de dólares em campanhas políticas e de marketing a favor das armas.

A NRA alegava que a lei da Califórnia violava o direito dos cidadãos a dispor de uma arma de fogo em um curto período e iria contra a Segunda Emenda da Constituição americana, que protege o direito de possuir e portar armas. Em resposta, os juízes do Supremo consideraram que a legislação da Califórnia não viola a Constituição e, por isso, rejeitaram avaliar o caso.

Os magistrados também rejeitaram outro recurso interposto pela NRA contra uma lei da Califórnia que permite que o estado use as taxas pagas por alguns proprietários de armas para financiar a luta contra o mercado negro de armamento.

Massacre

 

Nikolas Cruz appears in a police booking photo after being charged with 17 counts of premeditated murder following a Parkland school shooting, at Broward County Jail in Fort Lauderdale, Florida, U.S. February 15, 2018.

Apesar de ter um histórico psiquiátrico e de ter divulgado um vídeo de ódio na internet ameaçando um massacre, o atirador Nikolas Cruz não foi investigado pela polícia Broward County Sheriff/Handout via REUTERS/Arquivo

Durante anos, Suprema Corte tem se mantido à margem do debate sobre armas nos EUA e, de fato, a última vez que se posicionou sobre o tema foi em 2010, quando estabeleceu que o direito dos cidadãos a portar armas se encontra acima de qualquer regulamentação estadual e local.

Estudantes da escola de Parkland (Flórida), que foi alvo de um massacre cometido por um atirador na última terça-feira (14), que deixou 17 mortos e diversos feridos, pediram ao presidente Donald Trump e ao Congresso que deixem de ficar do lado da poderosa NRA e imponham maiores restrições às armas para evitar novas mortes.

O autor confesso do massacre, Nikolas Cruz, de 19 anos, usou um fuzil AR-15 para cometer o crime, havia sido diagnosticado como autista, depressivo e portador de distúrbios psiquiátricos e ainda assim conseguiu adquirir o arsenal com o qual praticou o massacre sem dificuldades.

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