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Internacional

Palestina vive dia de greve e confrontos no 70º aniversário da Nakba

Da Agência EFE
Publicado em 15/05/2018 - 09:35
JERUSALÉM
Agência EFE

Os palestinos fazem nesta terça-feira (15) uma greve geral e uma jornada de luto no 70º aniversário da Nakba, a "catástrofe" (em tradução do árabe) que representou para eles a fundação de Israel em 1948 e após a morte de 60 pessoas nos protestos de ontem na Faixa de Gaza reivindicando o retorno dos refugiados e contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém.

Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental amanheceram com os estabelecimentos comerciais fechados, escolas, universidades e creches sem aulas e paralisação nas instituições públicas em sinal de luto e para marcar os 70 anos do início do exílio do povo palestino.

 

Greve geral na Palestina no 70º aniversário da
Nakba
Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental amanheceram com os estabelecimentos comerciais fechados, escolas, universidades e creches sem aulas e paralisação nas instituições públicas em sinal de luto e para marcar os 70 anos do início do exílio do povo palestino - Alaa Badarneh - EFE

O Comitê Superior de Acompanhamento da Comunidade Árabe em Israel também convocou uma greve geral hoje nas cidades árabes dentro de Israel em protesto pelo que eles consideram que foi um "massacre" ontem em Gaza e pelo aniversário da Nakba, informou hoje a agência estatal palestina Wafa.

A comunidade internacional mostrou ontem sua preocupação com o alto número de mortes em Gaza, onde mais de 2.700 pessoas também ficaram feridas, metade delas por tiros e estilhaços do Exército israelense, que usou munição real e métodos de dispersão de massa contra os manifestantes e advertiu que não permitirá distúrbios perto da linha divisória.

Israel garantiu hoje que mantém o reforço de seus efetivos na fronteira com a Faixa, para evitar ataques à cerca e a infiltração de palestinos em seu território.

A ministra da Justiça israelense, Ayelet Shaked, manifestou nesta manhã à rádio militar que Gaza estaria tranquila se derrubasse o regime do Hamas, que ela tachou de "organização terrorista assassina que tomou o controle da Faixa".

A rádio militar garante que dezenas de palestinos começaram a se reunir em frente ao posto fronteiriço de Karni para voltarem a se manifestar, mas os protestos previstos para hoje foram suspensos em sinal de luto pelas vítimas de ontem.

Turquia e África do Sul convocaram para consultas seus embaixadores em Tel Aviv, em protesto pelo ocorrido ontem, e Estados Unidos, Austrália e Alemanha responsabilizaram o movimento islamita Hamas pelas mortes.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas discutirá hoje os acontecimentos de ontem em Gaza durante reunião solicitada de urgência pelo Kuwait em nome dos países árabes.