Ataque armado do governo na Nicarágua deixa 11 mortos
Pelo menos 11 mortos, dois deles policiais, foi o saldo de um ataque armado, neste domingo (8), do governo da Nicarágua nas cidades de Diriamba e Jinotepe, na região do Pacífico, informou o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh).
As mortes ocorreram durante ataques simultâneos a Diriamba e Jinotepe, que se estenderam até a noite de ontem, véspera do reatamento do diálogo nacional para tentar resolver a crise pela qual passa o país.
"Trabalhamos com 11. Deles, sete estão identificados, há outros dois que sabemos que foram assassinados com uma granada de mão, e outros que estão no necrotério. Esses dados não são definitivos sobre o que aconteceu hoje", disse à Agência EFE uma porta-voz do Cenidh.
Os ativistas do Cenidh concordaram com os manifestantes "autoconvocados" de ambas as cidades, em assinalar que a maioria das mortes foi causada pelas "forças combinadas" do governo, formadas por policiais, agentes antimotins, paramilitares e grupos governistas, fortemente armados.
Até sexta-feira (6) passada, o número de mortos devido à repressão na Nicarágua era de 310, segundo a Associação Nicaraguense Pró Direitos Humanos (ANPDH).
O país vive a crise sociopolítica mais sangrenta desde os anos 80, com Daniel Ortega também como presidente.
Os protestos contra Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram no dia 18 de abril, por causa de reformas fracassadas da seguridade social, e se transformaram em uma exigência de renúncia do presidente, depois de 11 anos no poder, com acusações de abuso e corrupção.