Começa julgamento na cidade chinesa que reivindica devolução de múmia
Um tribunal do sudeste da China iniciou, depois de três anos, o julgamento envolvendo uma cidade que reivindica a um colecionador holandês a devolução de uma estátua de Buda, que contém em seu interior a múmia de um monge que viveu há mil anos.
A informação é da agência oficial "Xinhua".
O Tribunal Popular de Sanming (província de Fujian), que em dezembro de 2015 aceitou levar o caso a julgamento, que começou ontem com uma sessão de três horas, onde foram apresentadas provas e os dois lados defenderam seus argumentos.
Os moradores da cidade de Yangchun, onde uma preciosa figura de Buda do século XI, que continha em seu interior a múmia de um monge da dinastia Song (séculos X-XIII) foi roubada em 1995 e, reivindicam a estátua que, segundo eles, está com o colecionador holandês Oscar van Overeem.
Após duas décadas com seu paradeiro desconhecido, há quatro anos os moradores de Yangchun identificaram sua relíquia roubada em uma exposição sobre múmias de todo o mundo, no Museu de História Natural de Budapeste, capital da Hungria, que teve contribuição de Van Overeem.
A principal questão no julgamento é determinar se essa peça mostrada em 2014 é a mesma que foi roubava 19 anos antes.
Van Overeem, que adquiriu o Buda em 1996, aceitou inicialmente devolver a peça, mas desacordos nas negociações levaram as duas partes para os tribunais tanto na China quanto na Holanda.
Aparentemente, o colecionador holandês solicitou o pagamento de uma quantia de dinheiro que os moradores da cidade se negaram a pagar e também exigia que a relíquia fosse guardada e exibida longe de seu templo original.
Acredita-se que o monge mumificado seja Zhanggong Zushi, um médico que se converteu ao budismo com pouco mais de 20 anos e morreu aos 37, sendo embalsamado pouco depois de falecer na cidade de Yangchun, onde durante séculos foi venerado.
O templo, local de onde a estátua foi roubada, ainda conserva e exibe um chapéu e roupas com as quais a figura venerada era adornada.