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Internacional

Sudão do Sul: 2,5 milhões de crianças estão envolvidas com a guerra

Agência EFE
Publicado em 08/07/2018 - 10:52
Juba (Sudão do Sul)
Agência EFE

Três de cada quatro crianças nascidas no Sudão do Sul desde sua independência do Sudão, há sete anos, representando 2,6 milhões de menores, só conheceram a guerra, que explodiu no final de 2013. A informação é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"A perspectiva de um futuro melhor, depois da independência do país em 2011, foi de curta duração após a explosão de uma guerra civil em 2013", lamentou o Unicef, em comunicado.

Amanhã (9) serão completados sete anos desde que o Sudão do Sul obteve sua independência em um plebiscito, mas o conflito no jovem país africano, já muito pobre em 2011, faz com que os crianças estejam "fora da escola, desnutridas e vulneráveis às doenças, abuso e exploração", segundo a agência da ONU.

Mais de 1 milhão de crianças estão desnutridas, incluindo 300 mil em estado grave e em perigo de morte, mostram dados do Unicef.

Além disso, o país registra a maior proporção no mundo de crianças fora da escola, com mais de 70% delas em idade escolar. A guerra afetou uma de cada três escolas, que estão danificadas, destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013.

O Unicef calcula que 19 mil crianças continuam servindo como combatentes, cozinheiros, porteiros e mensageiros e sofrendo abusos sexuais, em comparação com os 500 quando explodiu o conflito, no final de 2013, entre as forças leais ao presidente Salva Kiir e a oposição armada.

Quando o Sudão do Sul se tornou independente, muitos refugiados retornaram para suas áreas de origem, mas a guerra obrigou mais de 2,5 milhões de pessoas, incluindo mais de 1 milhão de crianças, a fugir para os estados vizinhos.

No último dia 25 de junho, o presidente Kiir e o líder da oposição armada, Riek Machar, cujas forças se enfrentam de forma intermitente desde o final de 2013, iniciaram nova rodada de conversas em Cartum, onde se registraram alguns progressos em relação a um acordo de paz que encerre o conflito armado com conotações étnicas.