Deputado acusado por atentado a Maduro segue desaparecido, diz família
Na Venezuela, os parentes do deputado Juan Requesens denunciaram neste sábado (11) que o opositor continua "desaparecido" desde que foi detido em casa, há quatro dias, acusado pelo governo como suposto responsável pelo atentado fracassado contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"O meu filho não é nenhum preso, nem nenhum sequestrado. Para mim, o meu filho segue desaparecido. Eu não o vi, nem o abracei, nem os advogados", disse Juan Guillermo Requesens, pai do deputado, durante um ato de solidariedade no leste de Caracas, que contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas.
A família também denunciou que o chavismo quer "humilhar" Juan Requesens. Ontem (10) foi divulgado, nas redes sociais, um vídeo que mostra o deputado, de 29 anos, seminu e sem pronunciar uma palavra sequer.
"Esta família não se abala, está mais forte que nunca. Ele continua sendo deputado, com imunidade (parlamentar) intacta", disse o pai, em alusão à suspensão do privilégio decretada pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC), um órgão formado apenas por chavistas e não reconhecido por vários governos.
O ato deste sábado contou com a participação de advogados, defensores dos direitos humanos, congressistas opositores e estudantes. Alguns menifestantes ficaram seminus para expressar solidariedade a Requesens.
A irmã do deputado, Rafaela Requesens, disse não acreditar na veracidade de outro vídeo - apresentado pelo governo -, no qual o legislador acusa o ex-presidente do Parlamento Julio Borges de estar relacionado com um dos detidos pelo atentado contra Maduro.
"Quem o conhece (o deputado Requesens) sabe que não estava em si, porque este regime é capaz de torturar, drogar, fazer com que digam o que eles querem escutar, que só eles acreditam", afirmou.
Enquanto isso, Lilian Tintori, esposa do líder opositor Leopoldo López, pediu que as "instâncias internacionais" se pronunciem contra os "tratamentos desumanos, cruéis e a tortura" que, segundo denunciou, ocorrem nas prisões venezuelanas.
"A Venezuela grita por democracia, ajuda. O papa Francisco sabe exatamente como os nossos presos são tratados", comentou Lilian, ao detalhar que há 366 "presos políticos" no país.