Violência entre etnias aumenta refugiados internos na Etiópia
Devido à violência étnica, mais de 2,8 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar sua casas na Etiópia.
A rede de televisão "Fana" repercutiu um relatório publicado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês)
Segundo o Unicef, a maioria dessas pessoas provêm das regiões Sul e sudeste do país.
Os dados mostraram que, no fim de 2017, quase 1 milhão de membros da etnia oromo, tinham deixado a região devido a conflitos com a etnia somali.
Há apenas dois meses, outros 800 mil oromos deixaram a localidade de Guji, por lutas com o grupo étnico gedeo.
O número podeá aumentar nos próximos meses, especialmente durante a temporada de chuvas. A estimativa é que as tempestades poderão atingir cerca de 2,5 milhões de pessoas.
O Unicef afirmou que, para ajudar aos refugiados internos da Etiópia, são necessários aproximadamente US$ 111,8 milhões.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU começou a distribuir comida para as pessoas que buscam abrigo em centros religiosos da capital da região etíope de Ogaden, Jigjiga.
Nessa região, a violência aumentou nas últimas semanas depois que o líder regional de Ogaden (atualmente conhecida como região de Somali), Abdi Illey, ameaçou com a secessão, o que provocou enfrentamentos entre independentistas e simpatizantes do governo.
Até agora, foram distribuídas cerca de 131 toneladas de alimentos, para mais de 15 mil pessoas, mas o governo espera que o programa beneficie mais de 52 mil.
Apesar de a situação parecer um pouco mais calma nos últimos dias, após a intervenção do exército em várias regiões, a ONU mantém suas restrições de viagem internas e o PMA interrompeu a maioria de suas operações.
A Etiópia é um dos países africanos com mais refugiados internos, junto com República Democrática do Congo, Somália, República Centro-Africana e Sudão do Sul.
A situação humanitária é ainda mais grave pois a Etiópia é um dos países que mais recebe refugiados das nações vizinhas,.
Atualmente, recebeu mais 920 mil pessoas, principalmente de Somália, Sudão, Sudão do Sul e Eritreia.