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Internacional

Suíços aprovam em referendo incorporação da bicicleta à Constituição

Agência EFE
Publicado em 23/09/2018 - 11:35
Genebra
Brasília - Ciclistas homenageiam Raul Aragão, voluntário do projeto Bike Anjo e parte da coordenação da Rodas da Paz. Raul foi atropelado e morto perto de casa, na Asa Norte (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Agência EFE

Os eleitores suíços votaram hoje (23) a favor da incorporação da bicicleta à Constituição, com o objetivo de garantir que a prática do ciclismo tenha obrigatoriamente todas as infraestruturas adequadas. A modificação constitucional para promover as ciclovias, caminhos e trilhas para caminhadas foi aprovada com 72% dos votos em um referendo sobre uma iniciativa que era respaldada por praticamente todos os partidos políticos e associações ativas na defesa do meio ambiente.

Segundo os patrocinadores da medida, a melhoria das ciclovias contribuirá para a segurança dos ciclistas e para aliviar o trânsito, além de ter efeitos positivos sobre a saúde, o meio ambiente e o turismo.

Em função desta decisão, o governo suíço poderá desenvolver padrões nacionais e fornecer dados para mapas e aplicativos. O planejamento, a construção e a manutenção das ciclovias continuarão sob responsabilidade das autoridades locais.

Alimentação

Por outro lado, os suíços rejeitaram de maneira clara iniciativas relacionadas à agricultura e à alimentação.

A primeira, que buscava favorecer o comércio de alimentos produzidos localmente e de temporada, assim como criar condições de trabalho justas e reduzir o desperdício de alimentos, foi rejeitada por 63% de eleitores. Uma segunda iniciativa intitulada "Pela soberania alimentícia" recebeu 70% de votos contra.

O propósito desta era obrigar o governo a adotar uma política agrícola favorável a uma produção sustentável, ecológica e social, o que exigiria uma intervenção estatal para restringir a importação de alimentos através de tarifas, cotas ou proibindo a entrada de certos produtos, incluindo os geneticamente modificados.

Os opositores a tais políticas fizeram valer que a ideia - prevista no texto - de estabelecer preços justos e uma produção regulada pelo Estado ira contra a economia de mercado, e que o custo terminaria sendo pago pelos consumidores e pelos contribuintes, já que o Estado teria que aprovar novas subvenções para o setor agrícola.