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Internacional

Espanha condena morte de jornalista saudita Jamal Khashoggi

Agência EFE
Publicado em 24/10/2018 - 14:11
Madri
Agência EFE

O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, condenou hoje (24) "sem paliativos" o "terrível" assassinado do jornalista saudita Jamal Khashoggi, mas justificou a manutenção da venda de armas à Arábia Saudita com base na defesa dos interesses da Espanha e do trabalho em setores estratégicos como os estaleiros.

"Se me perguntam onde eu tenho que estar hoje eu respondo: é aqui, na defesa dos interesses da Espanha, do trabalho de setores estratégicos, muitos deles situados em áreas muito afetadas pelo drama do desemprego", afirmou Sánchez.

A Espanha enfrenta um dilema: condenar o regime saudita e aderir à suspensão da venda de armas anunciada pela Alemanha, ou manter o contrato para a construção de cinco navios militares para o país árabe.

Em seu comparecimento ao plenário do Congresso dos Deputados para falar sobre o assunto, o presidente de governo espanhol afirmou que o "terrível crime" contra Khashoggi deve ser investigado e que a Justiça deve atuar para que "todo o peso da lei caia" sobre os responsáveis.

No entanto, Sánchez afirmou que isso "não pode, nem deve impedir" que ele e seu governo atuem "com responsabilidade" na defesa dos interesses nacionais.

O contrato para a construção dos navios está a cargo do estaleiro Navantia, de propriedade estatal e situado na baía de Cádiz, no sul do país, uma das regiões com maior nível de desemprego da Espanha, e onde trabalhadores e sindicatos reivindicam a manutenção do contrato, está avaliado em 1,8 bilhão de euros e que criaria aproximadamente 6 mil empregos.