Papa aceita renúncia de arcebispo acusado de encobrir abusos nos EUA
O papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Washington, o cardeal Donald Wuerl, que apresentou o documento em setembro após ser acusado de encobrir casos de abusos a crianças e adolescentes no relatório da Promotoria de Pensilvânia (EUA), informou hoje (12) o Vaticano.
O cardeal tinha explicado em carta aos sacerdotes da arquidiocese de Washington sua decisão de pedir a renúncia ao papa de novo, pois já a tinha apresentado uma primeira vez há três anos por motivos de idade.
O nome de Wuerl tinha aparecido dezenas de vezes no relatório da Pensilvânia, no qual se descreveram mais de mil casos de abusos a crianças e adolescentes por parte de 300 sacerdotes, por causa de sua má gestão e encobrimento quando era bispo de Pittsburgh.
No site do arcebispado de Washington foi publicada a carta do pontífice na qual aceita a renúncia de Wuerl e na qual lhe agradece seu pedido para, desta maneira, "deixar claro a intenção de pôr o projeto de Deus à frente, inclusive de qualquer projeto pessoal".
"O senhor tem elementos suficientes para justificar suas ações e distinguir entre o que significa encobrir crimes ou não se ocupar de problemas, ou cometer alguns erros", diz Francisco ao cardeal em sua carta.
O papa também louva a "nobreza" de Wuerl, que "o levou a não escolher essa defesa" e acrescenta: "Disto, estou orgulhoso e agradecido".
Wuerl se defendeu sempre dessas acusações ao assegurar que assim que soube das denúncias envolveu-se totalmente.
Francisco também pede ao cardeal de 77 anos de idade que permaneça como administrador da arquidiocese até a nomeação de seu sucessor.
Por sua vez, Wuerl se mostra "profundamente agradecido" e "profundamente comovido pelas amáveis palavras de compreensão", em referência à carta do papa após aceitar a renúncia.