Turquia: Arábia Saudita foi forçada a reconhecer morte de jornalista
O governo da Turquia afirmou nesta terça-feira (23) que a reação da comunidade internacional e dos próprios turcos forçou a Arábia saudita a reconhecer a morte do jornalista Jamal Khashoggi, que desapareceu no consulado em Istambul há três semanas.
"O mundo falou com uma voz forte. E nossa reação forçou a Arábia Saudita a reconhecer a morte [de Khashoggi]", disse hoje o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Çavusoglu, segundo a agência de notícias Anadolu.
Em um primeiro momento, o governo de Riad afirmou que o jornalista tinha saído vivo do consulado, mas no último sábado (20), após o aumento da pressão internacional, a Promotoria saudita assumiu que Khashoggi morreu em uma briga dentro do consulado e abriu investigações contra 18 suspeitos.
"Há um assassinato e a questão é ele seja esclarecido", disse o ministro, lembrando que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, divulgará hoje as conclusões da investigação sobre o desaparecimento e a morte do jornalista.
Çavusoglu negou que Ancara tenha compartilhado provas sobre a investigação do caso com outros países, embora tenha admitido reuniões entre serviços de inteligência.
"É importante que a Arábia Saudita reconheça que Khashoggi foi assassinado, embora tenha feito tarde. A Turquia está decidida em continuar com a investigação", afirmou o ministro.
Ele disse ainda que a Turquia se mostra disposta a cooperar com a ONU ou com qualquer Corte internacional, caso queiram realizar uma investigação independente.
Por outro lado, as autoridades turcas continuam investigando o desaparecimento do jornalista. As forças de segurança encontraram ontem um carro com placa diplomática do consulado saudita, abandonado há duas semanas em um estacionamento de Istambul.
A polícia espera obter permissão das autoridades para vistoriar o veículo.