Agentes sauditas agrediram Khashoggi por 4 minutos, diz imprensa turca
![Divulgação/Reuters/direitos reservados Jornalista saudita Jamal Khashoggi durante evento em Londres em agosto](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![Agência EFE](https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/styles/269x0/public/logo_parceiros/logo_efe.jpg?itok=xuPNUnEG)
Os registros de áudio em poder do governo turco demonstram que os agentes sauditas espancaram e torturaram durante quatro minutos o jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul, antes de matá-lo, assegura o jornal turco Habertürk.
Segundo o jornal, que cita fontes anônimas do Governo turco, as autoridades dispõem de duas gravações.
A primeira, de 11 minutos de duração, acontece após a chegada de Khashoggi ao consulado em 2 de outubro para retirar documentos que necessitava para se casar na Turquia.
O jornalista dissidente foi recebido por quatro agentes, que parecem agarrá-lo imediatamente, porque é possível escutar Khashoggi exclamar: "Soltem meu braço! O que acham que estão fazendo?!".
Segue uma discussão de sete minutos na seção consular do edifício e logo em seguido é possível ver como a vítima é transferida a outra seção administrativa, onde durante quatro minutos é ouvida uma discussão, briga, tumulto e golpes com tanta violência que podem ser qualificados de tortura, garante o Habertürk.
Nesta gravação, as autoridades turcas puderam identificar as vozes de sete homens sauditas, além do próprio Khashoggi, entre eles o cônsul, Mohammed Otaibi, e Maher Abdulaziz Mutreb, assessor do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
Mutreb dirige a Khashoggi as palavras: "Agora pagarás, traidor", cita o jornal.
Depois, há uma hora e 50 minutos de silêncio, supostamente por terem sido colocados inibidores de frequência, e depois desse tempo se ouve como alguém da equipe apaga as imagens das câmeras de vigilância.
Em seguida, um agente saudita identificado como Mohammed al Mudeini se veste com a roupa de Khashoggi em uma aparente tentativa de fazer a opinião pública acreditar que o jornalista tinha saído vivo do consulado, mas mantém seus próprios sapatos ao não conseguir calçar os do jornalista morto.
De acordo com o Habertürk, Mudeini teria dito: "é um pouco estranho vestir a roupa de um homem que foi morto há 20 minutos".
O agente foi instruído a sair do consulado, caminhar quatro ruas, pegar um táxi até a famosa Mesquita Azul, se desfazer da roupa e voltar à delegação.
As imagens deste passeio foram divulgadas há semanas na imprensa turca, ressaltando a diferença dos sapatos, que foi detectada aparentemente imediatamente pela polícia turca.
As gravações captam também 19 ligações telefônicas para a Arábia Saudita, das quais quatro são para Saoud Al Qahtani, um dos assessores mais próximos de Bin Salman.
O Habertürk assegura que as autoridades turcas não dispõem de gravações que registram o momento da morte de Khashoggi, uma versão que contradiz com a publicação do jornal Hürriyet, de ontem, que descreve uma gravação na qual são ouvidos os estertores do jornalista ao ser asfixiado.
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