Trump e príncipe herdeiro saudita têm rápida conversa na Cúpula do G20
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprimentou brevemente hoje (30), na Cúpula do G20, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, uma semana depois de por encerrada a resposta de Washington ao polêmico caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.
A breve conversa entre Trump e Bin Salman foi durante a parte fechada para a imprensa da sessão plenária da cúpula, que reúne hoje e amanhã (1º) , em Buenos Aires, o grupo das 20 maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo.
"Ambos trocaram alguns comentários gentis na sessão de líderes, como [Trump] fez com quase todos os outros líderes presentes", explicou aos jornalistas um funcionário de alto escalão da Casa Branca, que pediu anonimato.
Perguntado a respeito, Trump afirmou que ele e o príncipe saudita não falaram sobre nada importante. "Não tivemos nenhuma discussão. Poderíamos, mas não tivemos nenhuma", disse o presidente americano à imprensa durante um encontro trilateral com os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, e da Índia, Narendra Modi.
Trump afirmou na semana passada que teria um encontro bilateral com Bin Salman se ambos estivessem na Cúpula do G20, mas a Casa Branca decidiu não programar essa reunião por supostos problemas de agenda.
Embora o príncipe saudita tenha confirmado presença na reunião, o assessor de segurança nacional de Trump, John Bolton, confirmou hoje que não haverá um encontro bilateral entre amos.
Esse encontro teria causado mal-estar no Congresso dos Estados Unidos, onde continua muito viva a polêmica pelo assassinato de Khashoggi em outubro, supostamente cometido por um grupo de agentes sauditas, alguns deles próximos ao príncipe herdeiro.
Trump emitiu na semana passada um longo comunicado no qual minimizou a importância do possível envolvimento de Bin Salman na morte do jornalista e negou ter planos de tomar mais medidas punitivas contra Riad pelo caso.
O presidente americano afirmou que "pode ser que nunca" se saibam "todos os fatos em torno do assassinato de Jamal Khashoggi" e argumentou que, esteja Bin Salman envolvido ou não, a relação bilateral é importante demais para punir mais duramente a Arábia Saudita.