Interpol nega pedido do Equador para localizar e prender Rafael Correa
A Interpol rejeitou um pedido do Equador para localizar e prender o ex-presidente do país Rafael Correa, procurado pela Justiça equatoriana pelo suposto envolvimento no sequestro do político opositor Fernando Balda na Colômbia, em 2012.
A Interpol alegou que os dados no sistema de informação da organização "não eram compatíveis com a obrigação (...) de assegurar a efetiva cooperação entre autoridades policiais dentro do marco de respeito à Declaração Universal de Direitos Humanos", preceito que está no Artigo 2 de seus estatutos.
Com isso, a entidade rejeitou o alerta vermelho solicitado pela Justiça do país sul-americano para a localização e detenção do ex-presidente, que vive na Bélgica desde junho de 2017, pouco depois de deixar o poder para seu sucessor e agora adversário político, Lenín Moreno.
A Corte Nacional de Justiça equatoriana (CNJ) informou que tanto o alerta vermelho como o pedido de extradição "são trâmites independentes" e que a decisão da Interpol está sujeita a "revisão".
O tribunal superior argumenta que a decisão "não cumpre os requisitos estabelecidos no Artigo 38 do Estatuto da Comissão de Fichários da Interpol".
No dia 7 de novembro, a juíza Daniella Camacho expediu uma ordem para que Correa e mais três acusados pelo sequestro do ex-congressista Fernando Balda fossem presos.
Correa negou ter tido envolvimento no crime e se disse vítima de perseguição política, além de alegar que não comparecerá ao tribunal equatoriano por não ter garantidos todos os seus direitos.