Macri pede reflexão para evitar mesma violência da Libertadores
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu hoje (3) que seja feita uma "profunda reflexão" para evitar que a violência volte impeça o país de realizar uma final de futebol. O apelo é uma referência à segunda partida da decisão da Taça Libertadores, entre River Plate e Boca Juniors, que foi transferida de Buenos Aires para Madri.
"Foram duros dias os que vivemos no fim de semana passada. O que cabe é uma profunda reflexão por parte de todos. Por que essas coisas nos acontecem e nos permitimos acreditar que, em um jogo, o comportamento deve ser diferente ao da vida diária. Por que toleramos violências às quais não estamos de acordo no dia a dia?", questionou Macri, em entrevista coletiva.
O segundo jogo da final da Libertadores estava marco marcado para o último dia 24, no Monumental de Nuñez, mas o ônibus que levava a delegação do Boca para o estádio foi atacado por torcedores do River, que feriram alguns jogadores.
A Conmebol adiou o duelo em um dia, no primeiro momento, mas depois decidiu remarcá-lo e transferi-lo para fora do território argentino.
Macri, que concedeu coletiva para fazer um balanço sobre a Cúpula dos Líderes do G20, encerrada no sábado (1º), mencionou os maus-tratos sofridos por autoridades, como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, que estava em Buenos Aires no dia em que a partida deveria ter ocorrido.
" É inaceitável. O que houve na entrada do Monumental com as autoridades do futebol internacional é muito mais grave do que o que houve na rua", opinou.
"Porque isso já denota uma degradação. Acho que tem muito mais a ver com a decisão, que é absolutamente independente deles, de nos castigar, não nos deixando ter a final que falta no campo do River", completou o presidente argentino, que se mostrou profundamente chateado com a mudança de local.
"Temos que fazer uma profunda reflexão a respeito, e sentir que isso não pode voltar a acontecer, que as autoridades do futebol internacional digam que não podemos realizar uma final no nosso país", lamentou.
O presidente argentino ainda lembrou que o governo do país enviou ao Congresso um projeto de lei para terminar com a violência das torcidas organizadas.
"A solução não é pôr cada vez mais policiais na rua, mas prender quem cometer um crime. Garanto a vocês que vão pensar várias vezes antes de voltar a agir assim", afirmou.