Protestos dos "coletes amarelos" deixam 30 feridos e 615 detidos
Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas neste sábado (8) nos protestos do movimento dos "coletes amarelos" em Paris, onde as forças da ordem detiveram até agora mais de 600 manifestantes, dos quais a maior parte ficou sob custódia em delegacias.
Um porta-voz da polícia da capital francesa afirmou à Agência EFE que, do total de feridos, três são agentes.
Até as 15h30 (horário local, 12h30 de Brasília) tinham sido contabilizadas 615 pessoas detidas, das quais 508 seguem sob custódia da polícia, informou a fonte.
Os principais pontos de confronto entre as forças da ordem e os manifestantes estão na região da Champs-Élysées, como na Avenida Marceau e na Tua Courcelles, onde vários carros foram incendiados e erguidas barricadas.
Segundo dados divulgados ao meio-dia pelo secretário de Estado de Interior francês, Laurent Núñez, a convocação dos "coletes amarelos" tinha reunido 31 mil pessoas em toda a França, 8 mil delas em Paris.
Esses protestos começaram contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, já cancelado, e se ampliaram contra a perda do poder aquisitivo, com reivindicações pela renúncia do presidente francês, Emmanuel Macron.
Trump
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, atribuiu os protestos à suposta impopularidade do Acordo de Paris contra a mudança climática, e voltou a criticar a ideia de um "Exército europeu", proposta pelo governante francês, Emmanuel Macron.
Em dois tweets, Trump se pronunciou novamente sobre os protestos franceses, que hoje voltaram a provocar detenções e o lançamento de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança em Paris.
"O Acordo de Paris não está funcionando muito bem para paris. Há protestos e distúrbios em toda a França. O povo não quer pagar quantias enormes de dinheiro, em muitos casos a países do terceiro mundo (que são comandados de forma questionável), para talvez proteger o meio ambiente. [Os manifestantes] cantam: 'Queremos Trump'. Amo a França", tuitou.
Na terça-feira passada (4), Trump também recorreu ao Twitter para afirmar que os protestos dos "coletes amarelos" representavam um respaldo à sua decisão de tirar os EUA do Acordo de Paris, já que pressionaram o governo francês a suspender durante seis meses o aumento de um imposto sobre o combustível.
Como fez logo após aterrissar em Paris em meados de novembro, Trump voltou a criticar a ideia de Macron de criar um Exército europeu e ressaltou que o necessário é aumentar as contribuições da Europa às forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"A ideia de um Exército europeu não funcionou muito bem na Primeira nem na Segunda Guerra Mundial. Mas os Estados Unidos estiveram lá para vocês, e sempre estarão. Tudo o que pedimos é que vocês paguem a sua parte justa da Otan. A Alemanha está pagando 1%, enquanto os EUA pagam 4,3% de um PIB [Produto Interno Bruto] muito maior para proteger a Europa. Justiça!", pediu.
Os Estados Unidos dedicam menos de 3,6% do seu PIB à Otan, segundo os números da Aliança Atlântica de 2017.