Trump não descarta prolongar trégua comercial com China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou hoje (4) um possível prolongamento da trégua comercial com a China para além dos 90 dias definidos inicialmente com o governante chinês, Xi Jinping, durante a Cúpula do G20 realizada em Buenos Aires.
"As negociações com a China já começaram. A menos que se estendam, terminarão 90 dias depois do magnífico jantar com o presidente Xi na Argentina", afirmou Trump na conta pessoal do Twitter.
Segundo Trump, a tendência é que a China "comece a comprar produtos agrícolas [norte-americanos] imediatamente", o que Pequim não confirmou nem desmentiu.
O presidente norte-americano disse que tanto ele como Xi querem que o princípio de acordo estabelecido na Argentina ocorra, e ameaçou impor mais taxas em caso de fracasso.
"O presidente Xi e eu queremos que este acordo ocorra, e provavelmente ocorrerá. Mas, se não ocorrer, lembrem-se que sou um homem de taxas", frisou o presidente. Trump defendeu sua estratégia protecionista e afirmou que as taxas são uma ferramenta para "maximizar" o poder econômico dos Estados Unidos.
"Atualmente, estamos recebendo bilhões de dólares em taxas", acrescentou o presidente norte-americano por meio do Twitter.
Trump confirmou que o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, liderará as negociações com a China com os secretários do Tesouro, Steve Mnuchin; de Comércio, Wilbur Ross; e seus assessores econômicos, Larry Kudlow e Peter Navarro.
A reunião entre os governantes em Buenos Aires era considerada fundamental para reduzir a guerra comercial entre os dois países, que começou em julho. Nesse encontro, EUA e China iniciaram negociações sobre mudanças estruturais na economia chinesa, entre outras questões, informou a Casa Branca.
No total, os Estados Unidos impuseram tarifas sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses desde julho, e Trump tinha ameaçado sobretaxar outros US$ 267 bilhões em bens, o que superaria amplamente o volume de produtos e serviços chineses adquiridos pelos EUA, que em 2017 chegaram a US$ 506 bilhões.
Como represália, a China aplicou medidas recíprocas sobre mais de US$ 60 bilhões em importações norte-americanas, quase a metade dos US$ 130 bilhões que comprou em 2017.